Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Suzana Albuquerque de
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Orientador(a): |
Perracini, Monica Rodrigues
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Cidade de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/310
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Resumo: |
O uso de instrumentos de avaliação para identificar de forma rápida e fácil os idosos em risco de cair e o comportamento sedentário após a fratura de quadril em idosos são os temas abordados nesta tese. Instrumentos com boa acurácia diagnóstica para identificar o risco de quedas em idosos são fundamentais para prática clínica e para a gestão em saúde. O Timed Up and Go Test (TUGT) que avalia a mobilidade e inclui tarefas relacionadas ao equilíbrio corporal, tem sido amplamente usado como uma ferramenta para rastrear risco de quedas em idosos, por ser de fácil aplicabilidade, baixo custo e ter sido incorporado por diferentes profissionais da saúde na rotina da avaliação multidimensional do idoso. O mau desempenho no TUGT tem sido associado a fatores de risco para quedas, como fraqueza muscular, déficit de equilíbrio corporal, diminuição da velocidade de marcha e inatividade física. Guidelines importantes recomendam o ponto de corte de ≥12 segundos para identificar idosos em risco de cair. No entanto, a acurácia diagnóstica do TUGT não foi extensamente investigada em idosos caidores encaminhados para um programa de prevenção de quedas e, os resultados de revisões sistemáticas são ainda incertos. Portanto, o objetivo do primeiro estudo foi verificar se o ponto de corte maior ou igual a 12 segundos identifica caidores recorrentes entre 667 idosos que vivem na comunidade encaminhados a um programa de prevenção de quedas. Nossos resultados apontaram uma acurácia diagnóstica limitada (sensibilidade de 40%, especificidade de 75% e LR + de 1,53) o que indica que o TUGT com o ponto de corte de 12 segundos não deve ser usado para discriminar o risco de quedas em idosos que vivem na comunidade Este resultado foi confirmado pela análise gráfica usando o Nomograma de Fagan, que apontou uma melhora pequena na estimativa da probabilidade de cair, ao se comparar uma probabilidade pós-teste de 77% (95%, IC, 71% - 81%) a uma prevalência pré-teste de 67,5%. Um segundo estudo, é uma continuação do primeiro, com delineamento prospectivo com seguimento de 12 meses. Trata-se de uma coorte de 265 idosos encaminhados para um programa de prevenção de queda. O objetivo foi verificar a capacidade preditiva do Timed Up and Go Test para identificar caidores em um seguimento de 12 meses e determinar o melhor ponto de corte em idosos em relação ao número de comprometimentos funcionais estratificados pelo Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire – BOMFAQ, a partir de dados secundários de uma ensaio clínico de prevenção de quedas. O instrumento BOMFAQ foi estratificado em percentis (20,25,50,75) e conforme os percentis foi categorizado o número de atividades comprometidas e relacionada com o Timed Up and Go Test. A melhor acurácia foi para o percentil 75 (sensibilidade 68%, especificidade de 66%) com a área embaixo da curva considerada suficiente de 0,67 (0,60 – 0,75) e o ponto de corte de ≥ 11,0. O terceiro estudo trata de uma das consequências mais graves da queda em idosos que é a fratura de quadril, devido à queda e/ou por fragilidade óssea. Apenas 50% dos idosos pós-fratura de quadril recuperam o nível de mobilidade prévia. A adoção de um comportamento sedentário e a diminuição no nível de atividade física é observada em idosos de forma geral e, mais ainda em idosos pós-fratura de quadril. Idosos após a fratura de quadril passam em média 10,4 horas por dia em comportamento sedentário, ou seja, sentado, deitado ou reclinado enquanto a população idosa em geral passa em média 8,4 horas por dia. O objetivo do terceiro estudo foi verificar por meio de uma abordagem qualitativa às barreiras e os facilitadores para redução do comportamento sedentário em idosos pós-cirurgia de fratura de quadril. A técnica utilizada para a pesquisa foi a fenomenológica que visa descrever a experiência vivida dos indivíduos. A amostra foi composta por 11 idosos que foram entrevistados em suas residências. Após a análise dos discursos, emergiram sete categorias que foram agrupadas em barreiras e facilitadores. Cinco categorias relacionadas as barreiras emergiram do discurso dos idosos, sendo elas: 1) queixas físicas, 2) falta de acessibilidade, 3) medo de cair, 4) desmotivação, 5) representação social negativa da velhice. E, apenas duas categorias relacionadas aos facilitadores: 1) vencendo a dependência, 2) ter um cuidador. Até o momento, os resultados desta tese apontam que o TUGT tem uma acurácia diagnóstica limitada e que pesquisas futuras devem ser realizadas para identificar se a combinação deste instrumento com outros ou se o uso em idosos com perfis específicos pode predizer o risco de queda em idosos da comunidade. Os profissionais de saúde têm um papel fundamental para evitar as consequências devastadoras causada pela queda e podem se beneficiar de estudos que determinem claramente quais instrumentos podem ser indicados na prática clínica. Outra contribuição deste estudo é o de alertar sobre o comportamento sedentário em idosos pós-fratura de quadril e sugerir possíveis estratégias para sua redução. Barreiras e facilitadores foram claramente identificados na pesquisa qualitativa e podem ser usados por fisioterapeutas durante a reabilitação, evitando que estes idosos permaneçam longos períodos sentados ou deitados. |