O que há de errado com o mundo: uma análise retórica dos paradoxos de Chesterton

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santana, Samuel Cardoso lattes
Orientador(a): Figueiredo, Maria Flávia lattes
Banca de defesa: Rodrigues, Rosana Ferrareto Lourenço lattes, Ferreira, Fernando Aparecido lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1001
Resumo: O estilo do escritor inglês Gilbert Keith Chesterton (1874-1936) é marcado pela presença dos paradoxos, usados na argumentação, persuasão e estilística. Através dessa retórica, Chesterton debateu com grandes intelectuais da época, como George B. Shaw e Bertrand Russell. O corpus analisado neste trabalho é O que há de errado com o mundo. É um exemplo da retórica chestertoniana, traz traços de sua maturidade como escritor, é um livro de debate, no qual se destaca o paradoxo como forma retórica. O livro foi publicado em 1910 e teve recente tradução feita por Luíza de Castro Monteiro Silva Dutra. São vários ensaios sobre temas polêmicos da época. Toda a argumentação é marcada pela ironia, desvelada pelos paradoxos, além do uso constante de metáforas que permitem uma apreciação para diversos tipos de leitores. O objetivo do presente trabalho é identificar os elementos retóricos presentes nos paradoxos utilizados na obra, de forma a identificar os efeitos patéticos, por meio de uma análise da argumentação, procurando possíveis sofismas. Os paradoxos utilizados são irônicos e formam um diálogo com o leitor, que acaba por se fixar no escrito pelas reações patéticas despertadas. Por meio de Meyer (1994, 2000, 2007a, 2007b), verificar-se-ão as emoções suscitadas pelos paradoxos chestertonianos; com Schopenhauer (1997, 2001, 2003, 2005) e Aristóteles (2010, 2011), os possíveis sofismas. Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), Lausberg (1972), Reboul (2004), Beristáin (1995) e Fiorin (2014) tratam das figuras necessárias para abordar aspectos diversos que permeiam a construção dos paradoxos, tais como: ironia, antítese, alegoria. A metodologia aplicada parte da leitura e detecção dos paradoxos; em seguida, por meio de um estudo qualitativo-comparativo, efetua-se a análise dos paradoxos encontrados, classificando-os quanto à forma e à estrutura, quanto ao objetivo e aos artifícios patéticos. A análise permitiu observar que Chesterton usou os paradoxos como argumentos de ataque com maior frequência do que como forma de refutação das teses do oponente, o que ficou evidenciado pela recorrência de paixões negativas suscitadas no auditório com relação ao oponente e à recorrência no uso da ironia. Quanto ao sofisma, Chesterton recorreu a apenas um ao longo do corpus analisado. Palavras-chave: paradoxo; retórica; Chesterton; figuras retóricas.