Desenvolvimento e criação de uma nova prática de trabalho em uma instituição de ensino superior: um estudo da aprendizagem e da mudança sob a perspectiva da teoria social de Schatzki

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rolon, Vanessa Estela Kotovicz lattes
Orientador(a): Nogueira, Eloy Eros da Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Positivo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Administração
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2806
Resumo: Essa tese teve por objetivo investigar como os docentes de uma IES (Instituição de Ensino Superior), localizada na cidade de Curitiba, implantaram uma nova prática de educação por meio da proposta metodológica inovadora da sala de aula invertida. Tendo como unidade de análise a prática social. Procuramos compreender como os docentes implantaram esse projeto em face de suas práxis cotidianas, durante a condução da mudança. A prática foi analisada sob a perspectiva da Teoria Social da Prática de Theodore Schatzki (2001; 2002; 2005; 2006; 2012. Buscamos, portanto, identificar os elementos constitutivos da prática segundo o autor supracitado, que são os dizeres, os fazeres, as regras, a teleoafetividade, o entendimento prático e o entendimento geral da pratica da mudança. Essa pesquisa se inscreve nos Estudos Baseados em Prática (EBP) que são os estudos baseados nas atividades do cotidiano das pessoas ao desenvolver a prática. Apesar de esses estudos terem avançado consideravelmente nos últimos anos, no Brasil esse tema ainda é pouco pesquisado, conforme observado por Bispo (2013), pois a maioria das publicações é de autores europeus. O método etnográfico possibilitou rastrear o processo de aprendizagem do grupo ao realizar a prática, com o objetivo de entender as relações desenvolvidas entre os membros, no cotidiano de suas ações. Observamos que essas relações foram sendo construídas no dia a dia do grupo de professores, em busca de um consenso sobre o que faz sentido para os praticantes da nova prática realizar, resultando na geração de novos conhecimentos, uma vez que “na medida em que os sujeitos falam e atuam, vão produzindo e definindo seu mundo” (GUBER, 2001, pg.45). Constatamos que se desenvolveu uma nova prática no ambiente de trabalho, e que ocorreu aprendizagem em grupo, pois há uma consciência, uma memória do projeto, que possibilita aos novatos aprenderem com os praticantes dessa nova prática. A aprendizagem em grupo engloba os processos de negociação, de partilha e de absorção de conhecimentos práticos, em espaços nos quais as pessoas convivem e interagem, portanto, a aprendizagem como processo, é inseparável do intercâmbio de experiências, reflexões, conhecimentos e significados. Ao longo do período de tempo de implantação do projeto da sala de aula invertida, ocorreram várias tensões, em decorrência de um processo de instabilidade, gerado pela mudança, porém, os professores foram capazes de pensar em projetos de curto e médio prazo, a fim de que as práticas fossem sendo ajustadas e negociadas entre os próprios professores, entre os professores e estudantes, entre os professores e coordenação de curso e entre coordenação de curso e diretoria. Concluímos que houve a criação da prática de mudança e da relação identitária com sentido de grupo entre os quatro professores, praticantes da nova prática. Essa prática desenvolveu novas competências e ocorreu o “Knowing in practice”, que significa uma aprendizagem contextualizada na prática, no decorrer de um processo coletivo que busca a realização de um projeto comum, o que possibilita aos novos entrantes assenhorar-se dessas competências.