Percepção da qualidade de vida em pacientes submetidos à cirurgia ortognática: estudo prospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tórtora, Gabriela da Conceição Cruz lattes
Orientador(a): Gabardo, Marilisa Carneiro Leão lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Positivo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia Clínica
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2079
Resumo: A qualidade de vida (QV) é um conceito subjetivo e multidimensional. A comunidade científica tem procurado elaborar e validar instrumentos que captem essa percepção dos sujeitos acerca do impacto que os problemas de saúde têm na QV. Nesse contexto foi desenvolvido o World Health Organization Quality of Life, versão abreviada, o WHOQOLbref, composto de 26 questões e quatro domínios (físico, psicológico, relações pessoais e meio ambiente). Duas dessas questões são sobre QV geral e percepção geral da saúde (QVPS). A versão aqui utilizada foi traduzida e validada para população brasileira. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o impacto na percepção da QV em pacientes submetidos à cirurgia ortognática e possíveis fatores associados. O desenho de estudo adotado foi analítico, observacional e prospectivo. Foram avaliados 102 pacientes adultos, de ambos os sexos, do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial da Universidade Federal do Paraná ou da Universidade Positivo. As variáveis independentes coletadas foram: idade (em anos), sexo (masculino/feminino), raça autorrelatada, padrão de perfil facial (I, II ou III), presença de assimetria de mandíbula (não/sim) e presença de deformidades verticais (não/sim). O WHOQOL-bref foi aplicado em dois momentos distintos: uma semana antes (T0) e seis meses após a intervenção cirúrgica (T1). As análises foram feitas em relação aos desfechos de escore geral de QV, de domínios e da QVPS. Os dados coletados foram tabulados e analisados no SPSS v.20.0. Para a comparação entre T0 e T1, em relação aos escores geral e por domínios, foi usado o teste de Wilcoxon. A comparação das variáveis demográficas e clínicas, em relação aos escores da QV, foi feita pelos testes de Kruskal-Wallis e Mann Whitney. Valores de p < 0,05 indicaram significância estatística. A média de idade foi de 30,4 anos, com maior frequência do sexo feminino (60,8%) e de indivíduos brancos (84,3%). Quanto às variáveis clínicas, o padrão facial III esteve presente em 84,3% da amostra, enquanto a assimetria de mandíbula em 24,5%, e as deformidades verticais em 21,6%. Destas, o excesso vertical de maxila ocorreu em 68,2% dos casos. Os escores geral, os domínios físico e psicológico e a QVPS aumentaram de T0 para T1, o que indica uma melhora da percepção da QV (p < 0,001). Nesse mesmo intervalo, indivíduos com idade ≥ 30 anos relataram positivamente o impacto da cirurgia em todos os desfechos (p < 0,05), enquanto para as mulheres essa percepção não ocorreu apenas no domínio físico (p = 0,136). Em T0 a indivíduos com idade ≥ 30 anos apresentaram pior percepção da QV no domínio físico (p = 0,033) e na QVPS (p = 0,026), enquanto as mulheres, nesse baseline, tiveram essa mesma percepção no escore geral (p = 0,024) e nos domínios psicológico (p = 0,015) e de meio ambiente (p = 0,016). Em T1 não houve melhora da QV quando comparadas as diferentes categorias de idade e sexo, entre si. As variáveis raça, padrão facial, presença de assimetria de mandíbula e presença de deformidades verticais não estiveram associadas aos desfechos nos tempos analisados (p > 0,05). Concluiu-se que a cirurgia ortognática, na amostra pesquisada, impactou positivamente na percepção da QV, com variações influenciadas pela idade e pelo sexo.