Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Vilela, Juliana Souza
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Orientador(a): |
Ferreira, Fabio Vizeu
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Positivo
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2044
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Resumo: |
A liderança é um tema que permeia o imaginário social como fonte de desejo, seja naquele de ser líder ou de se ter um líder que instaure a ordem ou realize um grande feito. Neste sentido, dentro da área de estudos organizacionais e de gestão, a literatura de liderança tem se esforçado para descrever o perfil do líder ideal, vendendo a ideia de que as organizações serão bem sucedidas a medida que atraírem ou desenvolverem líderes extraordinários. Entendendo esse movimento como uma espécie de idealização do líder, partimos de uma crítica aos efeitos deste processo no contexto organizacional, especialmente quanto a instrumentalização desta ideia no estímulo a padrões de comportamento patológicos, nos quais reforçam uma competição perversa e docilizam o sujeito para que este não perceba certas contradições do mundo do trabalho. Neste sentido, o consumo compulsivo por uma literatura que condiciona o sujeito a tornar-se um líder ideal é perniciosa na medida que o induz a trabalhar obsessivamente a partir de um padrão de comportamento contraditório e fantasioso, suportado pela ilusão de que por meio do seu esforço e investimento em si conseguirá uma promoção. Com o objetivo de analisar como o imperativo do líder ideal no contexto organizacional, visto as publicações do mainstream sobre a liderança apresentadas no capítulo do referencial teórico endossam uma intenção em se definir um perfil de líder ideal como articulador das relações sociais na organização, a presente tese adotou a análise crítica de discurso (ACD) de Norman Fairclough como a teoria-método de análise deste discurso e de certos conceitos psicanalíticos freudo-lacanianos como a idealização e a identificação. Para isso, foram entrevistados nove gestores da área de Recursos Humanos de grandes empresas brasileiras, os quais são responsáveis pelas práticas de contratação, desenvolvimento e alocação de pessoas em cargos de liderança. Como categorias analítico-linguísticas, utilizou-se a interdiscursividade, o significado de palavras e a avaliação para explanar sobre os significados presentes nos modos de representação e de identificação no discurso dos gestores em relação ao perfil do líder ideal. Os gestores identificaram-se com personalidades e ex-chefes que instauraram uma nova ordem durante a sua atuação. As figuras parentais também exerceram influência na identificação dos gestores com o perfil do líder ideal, de um lado os pais como a referência de ‘lei’ e de outro as mães, como mulheres fortes e acolhedoras. Como resultados, identificou-se que o conteúdo discursivo da adaptação e flexibilidade do líder – que está presente na abordagem denominada por “liderança situacional” – foi a representação mais citada pelos gestores como o discurso que melhor define o líder ideal para as organizações. Também identificamos outros conteúdos discursivos, tais como os padrões éticos e relacionais extraordinários, como por exemplo, aqueles prescritos na chamada “liderança autêntica”, tais como a transparência, a comunicação assertiva, a autoconsciência e o desenvolvimento da atitude de liderança nos seguidores. Contudo, tais padrões são condicionados pelo princípio do resultado organizacional, já que o líder ideal para os gestores de RH é o sujeito que gera resultados por meio da performance da equipe. Por fim, o discurso do líder ideal demonstra que o imaginário social, está tomado pela lógica da liderança como dominação a qual exclui o sujeito do papel de líder e o transforma em um disciplinador que segue os instrumentos instaurados pelos modelos de negócios e de gestão. |