Ecoepidemiologia da febre maculosa em Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Castro, Douglas Pereira lattes
Orientador(a): Andrade, Mônica de lattes
Banca de defesa: Zaia, José Eduardo lattes, Ferraudo, Antonio Sergio lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Promoção de Saúde
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/609
Resumo: Introdução: As alterações nos padrões epidemiológicos e a consequente expansão das doenças infecciosas podem estar relacionadas às mudanças ambientais e às variações da sazonalidade climática, que influenciam a distribuição de patógenos, vetores e reservatórios. A Febre Maculosa Brasileira (FMB), tem como agente etiológico a Rickettsia ricketsii, os vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma sp e os hospedeiros são mamíferos, como as capivaras, eqüinos e antas. Os humanos adquirem a doença ao serem picados por carrapatos infectados. Objetivos: analisar a distribuição espacial e temporal dos casos de FMB no Estado de Minas Gerais (MG), utilizando-se dos casos notificados e confirmados pelo SINAN (Sistema de Informação de Agravo de Notificação), no período de janeiro 2001 a julho de 2010. Resultados: no período, foram notificados 127 casos em 38 municípios de MG, sendo a maior taxa de incidência em Frei Gaspar (34:100.000) e os municípios com maior número de casos foram Belo Horizonte (26) e Juiz de Fora (17). A região que apresentou o maior número de casos foi a região Metropolitana de Belo Horizonte, seguida pela região do Vale do Rio Doce e a Zona da Mata. De acordo com a frequência acumulada entre 2001 a julho de 2010, os casos se concentraram entre os meses de maio e novembro, com a maior incidência ocorrendo no mês de agosto. A região Metropolitana de Belo Horizonte apresenta uma alta densidade demográfica, fator que pode estar relacionado aos casos de Febre Maculosa Brasileira; já nas regiões do Vale do Rio Doce e da Zona da Mata, que apresentam o bioma Mata Atlântica, os casos podem estar relacionados ao cenário atual de tal bioma no território mineiro, uma vez que nos últimos três anos, Minas Gerais apresentou a maior perda do Brasil em território original de Mata Atlântica. É possível que a maior incidência em meses específicos esteja relacionada ao ciclo de vida do principal vetor dessa doença, o A. cajennense, que tem preferências por habitats modificados e suas fases mais infectantes (larva e ninfa) aumentam nos períodos mais secos do ano. Conclusão: os diferentes tipos de clima e vegetação do Estado de Minas Gerais podem interferir na distribuição e expansão da FMB, já que influencia no ciclo de vida do vetor. Estudos mais aprofundados são necessários para estabelecer o papel das estiagens prolongadas ou do excesso de precipitação na transmissão da doença.