Resumo: |
O desenvolvimento da indústria petrolífera no Brasil teve como conseqüência o aumento da incidência de problemas ambientais causados por derramamento de petróleo, contaminando solos, oceanos, prejudicando a fauna e a flora da região. Desta forma, tornou-se extremamente necessário o desenvolvimento de técnicas remediadoras que além de serem eficientes na descontaminação, possuam vantagens como baixo custo e minimização de impactos na região contaminada. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial fitorremediador de Sebastiania commersoniana, disponibilizando dados científicos que possam comprovar a efetividade desta planta para degradação de hidrocarbonetos de petróleo. Sebastiania commersoniana foi uma das espécies vegetais nativas da região que, além de ter sobrevivido, tornou-se predominante em uma área onde ocorreu acidentalmente um derramamento de 4 milhões de litros de petróleo. Os experimentos foram realizados com solo contaminado com petróleo, e as análises foram realizadas no tempo zero, com 60 e 424 dias após a contaminação, com o intuito de calcular o percentual de degradação do petróleo em função do tempo – já que isto é considerado um fator limitante da técnica de remediação. A avaliação da degradação dos hidrocarbonetos da série homóloga do petróleo foi feita pela técnica de cromatografia a gás associada às análises microbiológica e morfológica, para possibilitar a compreensão do processo de remediação. A identificação da série homóloga do petróleo caracterizada como uma seqüência crescente de nalcanos, foi feita pela análise de cromatografia a gás acoplada com espectrometria de massas. A espécie vegetal Sebastiania commersoniana teve seu crescimento intensificado no verão, o que representa um fator positivo, pois com o aumento da altura da planta, o número de pares de folhas, ramificações e sistema de raízes também aumentam, contribuindo para o processo de degradação do petróleo. A densidade microbiana no solo foi proporcional à concentração de petróleo na amostra, indicando que a presença de tal composto é capaz de estimular o crescimento de microrganismos que podem atuar diretamente na degradação dos hidrocarbonetos de petróleo. As amostras com 60 dias de contaminação apresentaram uma redução significativa das áreas dos picos representados pelos hidrocarbonetos da série homóloga. Os resultados das análises das amostras com 424 dias de experimento revelaram uma redução da porcentagem das áreas dos picos superior a 90% em todas as amostras. Por este motivo, a presença da planta foi capaz de acelerar o processo de degradação já quem com 60 dias de experimento foi possível evidenciar uma redução bastante significativa dos hidrocarbonetos de petróleo. Portanto, Sebastiania commersoniana que pode ser indicada para processos de fitorremediação de solos contaminados com petróleo. |
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