Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Santos, Fausi dos
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Orientador(a): |
Figueiredo, Maria Flávia
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Banca de defesa: |
Palma, Glória Maria
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Rodrigues, Marília Giselda
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Franca
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Mestrado em Linguística
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1044
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Resumo: |
Esta dissertação é parte do Projeto do Observatório da Educação da Unifran. Surge da premissa de que o discurso sobre o Corpo e a Sexualidade dentro da escola, na maior parte das vezes é controlado ou apagado ou omitido por diversos motivos e circunstâncias. No entanto, os jovens do Ensino Médio, fora da escola, principalmente nas redes sociais discursivizam sobre seu corpo e sua sexualidade. Portanto, uma pesquisa que possa observar e analisar quais as práticas discursivas e identitárias se fazem em sites de relacionamento e na internet pode dar subsídios para pensar os discursos sobre o corpo e a sexualidade dentro da escola. Analisar discursivamente o Corpo e a Sexualidade enquanto gesto de interpretação do pensamento em diferentes campos de enunciação social não é tarefa fácil, pois esbarra na constatação de que as produções subjetivas margeiam variados efeitos de sentido em diferentes épocas, contextos sociais e existenciais. Qualquer abordagem interpretativa séria, leva em consideração os diferentes posicionamentos que o sujeito discursivo e enunciador ocupa em determinados contextos e situações; daí a necessidade de observar o corpo e a sexualidade não como um fato dado e fechado em si mesmo, conceitualmente, mas como realidades em processo que, em diferentes épocas, manifestam efeitos de sentido variados. Sendo assim, o objetivo central desta dissertação é identificar e refletir acerca dos modos de ler e ver o corpo e a sexualidade em redes sociais e analisar os efeitos de sentido que (re)significam e (re)constroem discursivamente a noção de si no ciberespaço. O corpus de análise configura-se, primeiramente, nos discursos de interação do homem com a máquina enquanto plataforma informacional e computacional e, depois, nas práticas discursivas e produções de sentido que essa interação produz e desenvolve na forma do homem enunciar e subjetivar seu corpo e sua sexualidade. Foi analisada uma comunidade que oferece serviços de relacionamento virtual, como forma de entender os processos de apresentação de si produzidos discursivamente pelos usuários da rede. A comunidade se intitula: Badoo. O arcabouço teórico utiliza os conceitos estabelecidos na obra de Michel Foucault, História da Sexualidade, que será um dos pontos de referência, pois se revela uma ferramenta essencial no entendimento dos mecanismos de poder e de saber utilizados pela sociedade na construção de enunciações. Estas exercem influências fundamentais na estruturação da subjetividade ou da identidade do sujeito “sexual”. O conceito foucaultiano de “sujeito assujeitado” reforça a hipótese de que a existência das redes sociais como plataforma utilizada na manifestação dos desejos e frustrações sobre temas relacionados à sexualidade (opção sexual, discriminação de gênero, homofobia, corpo e sexo) colabora na elaboração de enunciações que denunciam mudanças significativas na percepção de si e na elaboração de novos dispositivos de manifestação da sexualidade. As atuais máquinas informacionais e comunicacionais não se contentam em veicular conteúdos representativos, mas concorrem igualmente para a confecção de novos Agenciamentos de enunciação (individuais e/ou coletivos). Outros teóricos também são utilizados, tais como: Eni P. Orlandi, Eva Illouz, Zygmunt Bauman, Denise Bernuzzi de Sant‟Anna, Giovanne Reale, Mary Del Priore, Peter N. Stearns, Dominique Maingueneau, Félix Guattari, Adauto Novaes. Sendo as maquinarias das redes sociais hoje utilizadas como tecnologias de si, questiona-se qual influência elas exercem no contexto de elaboração de enunciações sobre a sexualidade e o corpo. E ainda, como essas maquinarias exercem poder de suporte na produção de subjetividade? Desta forma, acredita-se estabelecer alguns pontos de reflexão para melhor entender os modos de ler e ver a sexualidade e o corpo e, consequentemente, os discursos elaborados nas redes sociais e em outras plataformas de produção de leitura e texto. Palavras-chave: corpo; sexualidade; redes sociais; práticas discursivas; subjetividade. |