Interacionismo sociodiscursivo: uma análise dos PCNs e da proposta curricular de Língua Portuguesa do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cardoso, Rosana lattes
Orientador(a): Pernambuco, Juscelino lattes
Banca de defesa: Figueiredo, Maria Flávia lattes, Salviato-Silva, Ana Cristina lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/758
Resumo: O ensino de Língua Portuguesa, por muito tempo, tratou a linguagem predominantemente na função de comunicar ou de expressar o pensamento. Visava-se ao produto e não se enxergava o processo. Os estudos e reflexões de Mikhail M. Bakhtin (1992) trouxeram nova luz ao problema, pois que para ele a linguagem não deve ser vista apenas como sistema; a linguagem é um fenômeno histórico, social e ideológico. A enunciação é o produto da interação entre duas pessoas. A linguagem é o lugar de interação entre autor e leitor, locutor e ouvinte numa atividade sociocomunicativa. O pensador russo defende a ideia de que a linguagem é dialógica, ou seja, há sempre a presença do outro. Sendo assim, nosso objetivo é realizar uma revisão bibliográfica dos documentos pertencentes à esfera educacional, especialmente os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs,1997) de Língua Portuguesa do segundo ciclo do ensino fundamental e a proposta curricular de Língua Portuguesa do estado de São Paulo lançada em 2008. As reflexões e descobertas bakhtinianas servem de sustentação aos estudos do Interacionismo sociodiscursivo, no qual nos basearemos para realizar este trabalho. Tomaremos como suporte teórico os estudos de Bakhtin (1981) e Bronckart (2006). Com base nas concepções de texto dos autores mencionados anteriormente, verificamos que os textos surgem na sociedade pertencendo a gêneros textuais que relacionam os enunciadores com atividades sociais específicas. A proposta de estudar a língua considerada como uma atividade social, um lugar de interação entre pessoas, num determinado contexto de comunicação, implica a compreensão da enunciação como o eixo central de todo o sistema linguístico. O que interessa na visão sociointeracionista é o jogo dialógico da interação, com os discursos ou textos se construindo na troca de visões de mundo de uns e outros. A metodologia consistiu numa análise qualitativa das propostas pedagógicas dos PCNs de Língua Portuguesa do segundo ciclo do ensino fundamental e da proposta curricular de Língua Portuguesa do estado de São Paulo. Com esta pesquisa, buscamos verificar as contribuições trazidas por essas propostas educacionais para o ensino de Língua Portuguesa e discutir, com base nelas, os efeitos dos princípios interacionistas na ampliação das habilidades de leitura e escrita dos alunos do ensino fundamental.