Estratégias enunciativas em poemas de Manoel de Barros: um estudo semiótico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Celestino, Jéssica Cristina lattes
Orientador(a): Abriata, Vera Lucia Rodella lattes
Banca de defesa: Lopes, Ivã Carlos lattes, Lima, Eliane Soares de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/506
Resumo: Este trabalho analisa cinco poemas do poeta pantaneiro Manoel de Barros que constam do livro Tratado geral das grandezas do ínfimo (2006) a partir dos pressupostos teóricos da semiótica francesa. O corpus constituinte da pesquisa são os textos “Poema”, “A tartaruga”, “Os caramujos” “Sobre importâncias” e “Ascensão”. A seleção desses poemas se processou com base nos temas que neles se revelam. Assim, nesses poemas o enunciador se volta ora para a reflexão metadiscursiva sobre o texto, revelando o modo como concebe o fazer poético, ora para a exaltação das “grandezas do ínfimo”. Outro tema que neles se percebe é a valorização dos elementos do universo da natureza em oposição a elementos do universo da cultura. Nosso objetivo geral é depreender as estratégias utilizadas pelo enunciador na construção dos textos em nível do plano de conteúdo e do plano de expressão. Para isso, analisamos os textos em suas dimensões: pragmática – por meio da aplicação da hipótese metodológica do percurso gerativo de sentido, passional – com base na apreensão dos estados de alma dos sujeitos; enunciativa – observando as relações entre a instância da enunciação e o discurso enunciado; e discursiva – abordando o aspecto figurativo com a finalidade de ressaltar o modo como o sensível se concretiza nos textos. Nossa hipótese é que o enunciatário-leitor, ao entrar em contato com os textos de Barros, se depara com um “evento extraordinário enquadrado na cotidianidade” (GREIMAS, 2000), a partir das grandezas que apreende nas coisas aparentemente insignificantes do cotidiano. Nessa perspectiva, utilizamos o conceito de estesia, cunhado por Greimas (2000), pois acreditamos, de acordo com Abriata (2013), que a passagem de um universo automatizado para um universo ressemantizado, que se manifesta na poesia de Barros, permite o reencontro do enunciatário-leitor consigo mesmo por meio do processo de apreensão estésica. Tendo em vista o plano de expressão, analisamos as relações entre elementos da expressão e elementos do plano de conteúdo em todos os níveis do percurso gerativo e não apenas nos seus níveis mais profundos, conforme concebe Fiorin (2003), com o objetivo de observar como a expressão produz sentidos em textos de caráter estético.