A polêmica como interincompreensão regrada: embates discursivos em torno da arquitetura religiosa de Niemeyer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Garcia, Aline Monteiro Campos lattes
Orientador(a): Rodrigues, Marília Giselda lattes
Banca de defesa: Silveira, Fernanda Mussalim Guimarães Lemos lattes, Manzano, Luciana Carmona Garcia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/484
Resumo: Oscar Niemeyer, arquiteto, declaradamente comunista e ateu, projetou várias igrejas, espaços destinados à vivência da fé, sendo as mais conhecidas a Igreja da Pampulha e a Catedral de Brasília. Em torno de um novo projeto do arquiteto, para a construção da Catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte, instaurou-se uma polêmica (inter)discursiva: de um lado, aqueles que defendem as obras inspiradas do gênio criador Niemeyer; de outro, aqueles que afirmam ser impossível entendê-las e viver, naqueles espaços, as experiências de oração, de inspiração de fé e de contato com o divino. A partir dos pressupostos teórico-analíticos da Análise do Discurso de linha francesa (doravante AD), que embasam a pesquisa, compreendemos a polêmica como interincompreensão regrada, onde cada discurso se baseia sobre um conjunto de semas repartidos em "positivos" ou reivindicados, e "negativos" ou rejeitados, tal como propõe Maingueneau em seu livro Gênese dos Discursos (2008). Tais relações afetam os modos como, enquanto prática discursiva, a obra arquitetônica é posta a circular/funcionar como gênero discursivo, cuja função social é a vivência da fé católica. Quanto aos resultados da pesquisa, espera-se que, além da compreensão do próprio objeto tomado para estudo, ela possa se constituir em uma contribuição para o campo da AD, na medida em que estudamos e aplicamos pressupostos teóricos que foram ainda pouco testados em objetos discursivos de domínios outros que não o linguístico, sobretudo o domínio da arquitetura.