Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Natália Helen
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Orientador(a): |
Tavares, Denise Crispim
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Banca de defesa: |
Rocha, Lucas Alonso
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Veneziani, Rodrigo Cassio Sola
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Lima, Ildercílio Mota de Souza
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Franca
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Doutorado em Ciências
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1955
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Resumo: |
O melanoma representa o menor número de casos de câncer de pele; no entanto, é o tipo mais letal entre as neoplasias cutâneas. Isso se deve a fatores como sua natureza altamente metastática, evolução inesperada e ineficiência dos tratamentos sistêmicos atuais, principalmente devido à alta toxicidade e resistência adquirida a esses tratamentos. Neste sentido, há uma necessidade de encontrar tratamentos adicionais que se direcionem diretamente a sobrevida do tumor, visando às vias apoptóticas, que possam aumentar a sensibilidade das células tumorais às drogas e minimizar a toxicidade, que é frequentemente associada a terapias convencionais. A indometacina (IND) é conhecida por promover o estresse oxidativo mitocondrial e a geração de espécies reativas de oxigênio, que são conhecidas por modularem a sinalização intrínseca da apoptose mediada por mitocôndrias. Apesar de sua ampla distribuição e uso terapêutico, a IND tem efeitos gastrointestinais indesejáveis, como ulcerações, hemorragias, atua inibindo a agregação plaquetária, está associada à toxicidade renal e a distúrbios do sistema nervoso central, e sua toxicidade é dosedependente. Com o objetivo de reduzir os efeitos tóxicos deste fármaco, o presente estudo investigou a eficiência antitumoral da IND incorporada em nanopartículas de sílica mesoporosa (NPSM+IND), bem como o potencial tóxico dos tratamentos em modelo singênico de melanoma B16 murino. Camundongos C57BL/6 machos foram implantados subcutaneamente com células B16F10. Os animais receberam uma vez ao dia, durante cinco dias consecutivos, tratamentos com IND (2,5 e 5,0 mg/kg m.c.) e NPSM+IND (16,66 e 33,33 mg/kg m.c. [15% de IND incorporado às NPSM]). A avaliação da atividade antitumoral foi realizada por meio das medições do tamanho, peso do tumor e análise histopatológica. As possíveis vias de sinalização molecular envolvidas na atividade antitumoral foram analisadas através dos ensaios Western blot no tecido hepático e imunohistoquímica no tecido tumoral. Paralelamente, a potencial toxicidade dos tratamentos foi avaliada por meio da variação da massa corpórea e dos órgãos, da quantificação dos indicadores bioquímicos de danos renais (creatinina e ureia) e da genotoxicidade em medula óssea. Os resultados do presente estudo demonstraram que os tratamentos com NPSM+IND 2,5 e 5,0 apresentaram atividade antitumoral, levando a 54,18 e 70,09% de inibição do crescimento tumoral, respectivamente. A análise histopatológica revelou a diminuição na frequência de mitose nos tecidos tumorais dos grupos tratados com NPSM+IND 2,5 e 5,0, sendo 37,95 e 35,90% menores, respectivamente, em relação aosgrupos IND 2,5 e 5,0. A atividade antitumoral observada pode estar relacionada à inibição da COX-2, principal mecanismo de ação da IND. No tecido hepático, os níveis de COX-2 diminuíram significativamente após tratamento com NPSM+IND e IND Nesse contexto, mostra-se que as NPSM foram capazes de controlar a entrega da IND no local do tumor, e a liberação gradativa do fármaco foi responsável pela atividade antitumoral, inibindo a COX-2 e bloqueando a proliferação celular. Adicionalmente, a atividade antitumoral observada também pode estar relacionada ao aumento da expressão de caspase-3 clivada, que apresentou elevação em 156,25 e 137,50% para os grupos tratados com NPSM+IND e IND, respectivamente, o que possivelmente induziu as células tumorais à apoptose. Em relação aos efeitos tóxicos, não houve diferenças significativas no ganho de peso e no peso dos órgãos dos animais entre os diferentes grupos de tratamento. Os níveis séricos de creatinina e ureia não diferiram significativamente, indicando ausência de nefrotoxicidade para os diferentes grupos de tratamento. Por fim, na análise genotóxica na medula óssea observou-se aumento na frequência de micronúcleos para o grupo tratado com IND 5.0, indicando genotoxicidade. Entretanto, não foram observadas diferenças significativas para os grupos NPSM+IND, indicando que os NPSM foram eficientes na prevenção do efeito genotóxico da IND neste parâmetro. Dessa forma, os nanocarreadores NPSM podem, portanto, ser promissores para futuras aplicações na terapia do câncer. Palavras-chave: Indometacina; Nanopartículas de sílica mesoporosa; Atividade anti-melanoma; COX-2; Apoptose. |