Discursos de gênero e liderança na reportagem da revista Exame sobre cotas para executivas na cúpula das empresas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Dias, Adriana Faria de Alcântara
Orientador(a): Melo, Glenda Cristina Valim de lattes
Banca de defesa: Pinheiro, Marília Guimarães lattes, Lima, Eliane Soares de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/681
Resumo: Com as novas demandas trabalhistas, novas carreiras vão surgindo. Nesse contexto, cresce o número de mulheres que participam ativamente no mercado de trabalho e conquistam também, mesmo em número reduzido, alguns cargos no topo das empresas. O cotidiano não é fácil para mulheres que enfrentam muito preconceito e discriminação no ambiente profissional. Este estudo traz para o centro as mulheres, especificamente as que ocupam lugares de poder na sociedade, ou seja, as mulheres executivas. Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo analisar os discursos de gênero e de liderança em uma reportagem publicada na revista Exame, no dia 10 de junho de 2015, instrumento de geração de dados neste estudo. A investigação se embasa no conceito de linguagem como atos de fala performativos (AUSTIN,1962; DERRIDA,1972), na perspectiva de gênero como construção social, histórica e performativa (BUTLER, 2003; LOURO, 2003) e na concepção de liderança conforme Vergana (2007), Morais (2008) e Costa Reis et al. (2013). Para a análise dos discursos de gênero e de liderança, utilizamos os índices linguísticos propostos por Silverstein (2003). As análises da reportagem mostram discursos de gênero e de liderança. Com base nos discursos de gênero analisados na pesquisa, a reportagem ”Cotas para mulheres?” aponta para discursos sobre preconceito e a inferioridade das mulheres em relação aos homens. As mulheres ainda são construídas por meio de atos de fala performativos como mais incapazes do que os homens para ocuparem cargos de liderança, ou de que as mulheres devem servir aos homens. Outro discurso que surge trata do sistema de cotas, compreendido como algo necessário pelos discursos das mulheres citadas pela reportagem, mas como ineficiente pela revista que, para comprová-lo, faz uso de atos de fala performativos de especialistas. Outro discurso sobre gênero foi o da maternidade. Segundo a reportagem, as mulheres perdem a oportunidade de ocupar determinados cargos nas empresas porque muitas vezes optam por se dedicar aos filhos. Este discurso também sugere que as mulheres são culpadas pelo seu fracasso profissional, e que a maternidade é um empecilho para o sucesso. Nos discursos de liderança observamos mulheres que chegaram ao topo das empresas e que são referência no mercado empresarial, assim como mulheres estrangeiras que são consideradas exemplos de ascensão no trabalho.