Perfil epidemiológico dos acidentes ocupacionais por exposição a material biológico da micro-região de Votuporanga, período de 2001 a 2005

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Dias, Maria Aparecida do Carmo lattes
Orientador(a): Santos, Branca Maria de Oliveira lattes
Banca de defesa: Machado, Alcyone Artioli lattes, Andrade, Mônica de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Promoção de Saúde
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/612
Resumo: O presente estudo objetivou caracterizar os referidos acidentes notificados nos serviços de referência da Micro-região de Votuporanga, no período de 2001 a 2005, através da identificação dos eventos de acordo com a categoria profissional do acidentado, tipo de exposição, local de exposição, tipo de material biológico e agente causador; determinar o estado sorológico dos envolvidos e as condutas adotadas; caracterizar o acompanhamento do estado sorológico do acidentado e a evolução dos casos. Os dados foram coletados junto às fichas de notificação do Serviço de Vigilância Epidemiológica de Votuporanga e da DIR XXII de São José do Rio Preto. Dos 273 acidentes notificados, 214 (78,4%) ocorreram no sexo feminino e 190 (69,6%) na faixa etária entre 20 e 40 anos. O município mais notificado foi Votuporanga com 243 (89,0%) dos casos. A maioria dos acidentes ocorreu no ano de 2002 (23,8%), seguido de 2005 (22,7%), 2003 (19,4%), 2004 (18,7%) e 2001 (15,4%). O hospital foi o local onde ocorreu o maior número de acidentes (65,6%). O auxiliar de enfermagem foi a categoria profissional mais exposta (48,4%), sendo que 99,6% dos acidentados receberam atendimento dentro das 72 horas. O tipo de exposição mais freqüente foi a percutânea, com 237 (86,8%) dos casos e o sangue o tipo de material biológico de maior contato (98,5%). A agulha com lúmen foi o dispositivo que mais provocou acidentes (72,1%). Dos acidentados, 239 (87,5%) eram vacinados contra HBV e desses, 67,0% não haviam realizado o anti-HBs. A avaliação do estado sorológico do acidentado detectou um soropositivo para HIV, outro soropositivo para HBV e quatro para HCV. Dos 229 (83,9%) resultados da sorologia anti-HIV de pacientes-fonte conhecidos, 11 (4,8%) foram positivos. Do total das notificações, 44 (16,1%) foram de fonte HIV desconhecida. Da referida avaliação sorológica em relação ao HBV, 215 (78,8%) eram de fonte conhecida, das quais, cinco (2,3%) eram positivas, sendo que uma das vítimas não fez o acompanhamento por seis meses. Do total de notificações, 58 (21,2%) eram de fonte desconhecida e 14 vítimas não fizeram o acompanhamento. Para o HCV, detectou-se 215 (78,8%) sorologias de pacientes-fonte conhecidos, das quais, sete (3,3%) eram positivas (duas vítimas não fizeram o acompanhamento), sendo que do total das notificações, 58 (21,2%) eram de fonte desconhecida, das quais 15 vítimas não fizeram acompanhamento. Em apenas 20 (7,3%) das notificações houve indicação de ARVs, das quais duas vítimas não fizeram acompanhamento sorológico. Dos 35 acidentes com fonte desconhecida não foi indicado o uso de ARVs e desses 14 (40,0%) também não fizeram o acompanhamento. Dos tipos de alta relacionadas ao HIV, 218 (79,8%) foram por fonte negativa, 39 (14,3%) por ausência de soroconversão e 16 (5,9%) por abandono. Tal diagnóstico preliminar parece indicar a necessidade de elaboração de um plano de intervenção local, cuja implementação pode contar com a aquiescência da comunidade que é, inquestionavelmente, co-responsável pelas propostas de mudança.