Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Guimarães, Valci Aparecida Xavier
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Orientador(a): |
Abriata, Vera Lucia Rodella
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Banca de defesa: |
Marchezan, Luiz Gonzaga
,
Pernambuco, Juscelino
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Franca
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Mestrado em Linguística
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/791
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Resumo: |
Este trabalho faz uma leitura semiótica do romance A mulher que escreveu a Bíblia, de Moacyr Scliar, por meio dos pressupostos teóricos da semiótica francesa. Objetivamos descrever o ator “mulher” nos seus papéis de sujeito pragmático, cognitivo e passional. Sabe-se que esses papéis têm como modalizadores o fazer, o saber e o sentir, respectivamente. Analisamos o ator “mulher” no papel temático de sujeito “escritor” tanto no nível do enunciado quanto no nível da enunciação. No nível da enunciação, o enunciador a projeta no tempo presente, como um sujeito cognitivo que, por meio de uma terapia de vidas passadas, descobre ter vivido num tempo remoto, à época de Salomão, e ter sido responsável pela escritura da Bíblia. É, pois, o percurso dessa mulher, como sujeito do enunciado, projetada no pretérito, o foco de nossa análise. Observamos as transformações de estado por que ela passa, sua performance de escritura da Bíblia e a luta para construir sua identidade feminina, transformando-se de objeto em sujeito de sua história. Examinamos também o percurso passional vivido pelos atores, por meio de cenas enunciativas em que se deixam dominar por algumas paixões como a raiva, a vingança, e o ciúme. Nesse sentido, procuramos descrever como tais paixões surgem na interação, na relação intersubjetiva dos sujeitos do enunciado e também como elas se organizam nos esquemas passionais canônicos. Percebemos que embora o ator “mulher” carregue o estigma da feiúra em uma sociedade patriarcal, pautada pelo preconceito, modalizada pelo saber e pelo poder fazer, constrói-se sábia, destemida, rompendo as amarras que a prendiam à submissão. Sua história, no entanto, seria esquecida, não fosse ela recriada pela mulher do presente da enunciação, já que todos os seus manuscritos haviam sido queimados no passado. Desse modo, observamos que o sujeito da enunciação cria o processo terapêutico, que ele tanto ironiza, como estratégia enunciativa para fazer vir à luz a história da mulher pretérita, recontada pela mulher do presente. Assim, sugere ser tudo ficção - ficção literária - fruto de seu imaginário. E a ironia que ele projeta no relato do ator feminino é a forma que ele encontrou para dialogar com os mitos do pretérito e do presente e revelar-se como sujeito passional, admirador da causa feminista. |