O consumo em altas concentrações de benzoato de sódio por ratas wistar adultas, antes, durante e após a gestação e seus efeitos fisiológicos, genotóxicos e comportamentais na prole adulta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Linke, Bruna Giovana de Oliveira lattes
Orientador(a): Cardoso, Lígia da Costa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Positivo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2611
Resumo: O benzoato de sódio é um conservante utilizado em uma variedade de alimentos, muito eficaz para inibir o crescimento de bolores, leveduras e bactérias. Testes realizados em linfócitos humanos in vitro classificaram essa substância como: clastogênica e citotóxica. O ambiente nutricional durante a fase embrionária, fetal e neonatal está relacionada com a programação de doenças na vida adulta da prole, dependendo dos fatores de risco a que a gestante for exposta. Ainda é incipiente a discussão sobre os efeitos adversos provocados pelo o consumo de aditivos alimentares e seus efeitos à saúde, ainda mais quando essa relação de consumo ocorrer em períodos críticos de crescimento e desenvolvimento. No intuito de se compreender a associação do benzoato de sódio na dieta materna e seus efeitos na prole adulta, o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre o tema, além de uma avaliação dos animais expostos ao conservante em altas concentrações. Para isso foram utilizadas 15 ratas fêmeas adultas, divididas em três grupos, com 5 animais em cada e individualizados por caixa, GC (Grupo Controle), G1 (Grupo1, benzoato de sódio 1,8g/kg) e G2 (Grupo 2, benzoato de sódio 5,3g/kg). O conservante foi diluído em 500 mL de água e ofertado na forma ad libitum. A administração do aditivo foi realizada em dois momentos: antes do cruzamento com o macho e após a constatação da gestação, o mesmo foi mantido até o final da lactação. Os grupos GC, G1 e G2 foram compostos por 30 filhotes cada. Realizaram-se em todos os animais, fêmeas e filhotes, acompanhamento e avaliação do ganho de peso, apreciações séricas, bioquímicas, histopatológicas, testes genotóxicos e comportamentais. As fêmeas expostas ao conservante apresentaram nefrose e genotoxicidade no fígado. Dano renal e em sangue (eritrócitos) apenas no grupo G2. Os filhotes do grupo G2 aos 20 dias de vida eram pequenos e estavam abaixo do peso em relação aos grupos G1 e GC. O grupo G1 apresentou hiperatividade no teste comportamental e G2 comprometimento na atividade locomotora e na avaliação de risco. Genotoxicidade no rim, fígado e sangue também foi observado nos filhotes dos grupos G1 e G2. As análises histopatológicas demostraram que houve lesão no encéfalo dos filhotes de ambos os grupos experimentais. A partir da exposição materna a doses elevadas do conservante foi possível observar efeitos adversos nas fêmeas e nos filhotes. Nesse estudo experimental o benzoato de sódio foi genotóxico, causou alterações comportamentais e lesionou tecidos importantes (rim e encéfalo). Dessa forma pode-se afirmar que o aditivo consumido pelas fêmeas durante a gestação e lactação foi capaz de programar alterações na prole adulta. As repercussões comportamentais observadas na prole podem ainda estar associadas à ausência de cuidados maternos, ou seja, além do efeito do aditivo, considera-se a fêmea como uma possível programadora de alterações comportamentais na prole. Mas, porém, todavia, os dados obtidos nos testes genotóxicos e histológicos, mostram que o benzoato de sódio foi capaz de programar alterações na prole adulta. Observação considerada em curto prazo, pois os animais estavam com 90 dias. Apesar da extrapolação da pesquisa em avaliar o efeito programador de doenças do aditivo em altas concentrações na prole, esse experimento conseguiu demostrar que a substância não é segura.