A problemática entre o particular e o universal: considerações acerca do auditório na argumentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Radi, Alan Ribeiro lattes
Orientador(a): Figueiredo, Maria Flávia lattes
Banca de defesa: Manzano, Luciana Carmona Garcia lattes, Magalhães, Ana Lúcia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/439
Resumo: A figura do auditório assume grande relevância para a retórica porque desempenha um papel ativo na tomada de decisões no campo argumentativo. Tradicionalmente, essa instância se classifica em universal e particular. Todavia, os fatores que norteiam essa divisão não são claramente definidos pela literatura desse campo do conhecimento, o que ocasiona a dificuldade de entendimento dessa importante instância argumentativa. Há que se ressaltar ainda que a visão que se tem de auditório sofreu algumas mutações ao longo da história. Dentre os fatores que desencadearam essas mudanças, está o alcance que os discursos passaram a atingir em função das mídias e das tecnologias de informação próprias de nosso tempo. Dada a importância exercida pelo auditório no processo persuasivo e a lacuna teórica referente a esse conceito, objetivamos, nesta dissertação, realizar uma reflexão teórico-analítica que nos permita entender a instância do auditório com maior profundidade e clareza. Nossa investigação repousou maior atenção nos critérios e justificativas que norteiam a subdivisão do auditório em particular e universal. Pretendemos, assim, esclarecer pontos obscuros que impedem o profícuo entendimento desse conceito bem como dos estudos referentes a ele. Nessa empreitada, auxiliam-nos a empreender nossas reflexões teóricas os principais autores de base aristotélica, que de forma direta discorreram acerca do conceito de auditório, tais como: Aristóteles (2011), Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), Reboul (2004), Tringali (1998), Meyer (2007), Ferreira (2010), Abreu (2001) e Alves (2015). Contamos também com os Estudos de Saussure (2001) e Benveniste (1989) no que diz respeito à teoria linguística e da enunciação. Para dar sustentação às reflexões teóricas, analisamos um corpus que buscou desvendar o comportamento de distintos oradores e auditórios mediante discursos gays e homofóbicos. Esse corpus é constituído por seis textos que nos levam a refletir sobre as distintas posturas que o orador assume perante seu auditório. Os resultados alcançados evidenciam que o conceito de auditório é multifacetado, constituído por vários fatores que, unificados, dão origem a essa tão importante instância argumentativa: a do enunciatário. Dessa maneira, a consideração de cada uma das múltiplas faces que compõem esse conceito, torna-se primordial para seu completo entendimento. Ainda como resultado, verificamos que o auditório universal deve ser entendido como um princípio argumentativo de superação. Ademais, ressaltamos que a relevância de nossa pesquisa decorre do fato de que ela concentra reflexões importantes de autores clássicos e contemporâneos a respeito da instância do auditório, mas não se detém a isso, uma vez que, inspirados pelas noções próprias da linguística, fomos checar se o que empreendemos teoricamente se manifestou nas práticas discursivas da atualidade e pudemos comprovar tal manifestação. Em decorrência do percurso empreendido, podemos ainda oferecer, à comunidade científica, um modelo teórico e analítico que permite estabelecer se determinado discurso se aproxima ou se distancia das máximas de universalidade.