Tirando a máscara: as relações raciais na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Moura, Terciana Vidal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/3507
Resumo: A presente pesquisa insere-se no bojo de estudos que buscam ampliar o estado da arte sobre relações raciais e educação. Procurou investigar como os/as professores/as e os/as alunos/as do Colégio Municipal de Nascente percebem as relações raciais no seu cotidiano escolar. Será que a formação dos/as professores/as do Colégio Municipal de Nascente contribui para o seu entendimento e lhes dá subsídios para lidar com as situações de preconceitos e discriminação, bem como com as questões raciais no seu cotidiano escolar? Quais as dificuldades que os/as professores/as do Colégio Municipal de Nascente teriam para desenvolver uma prática pedagógica em torno da diversidade étnico-cultural? A pesquisa empreendida tem por objetivos: analisar a percepção que os/as professores/as e alunos/as têm acerca das relações raciais no Colégio Municipal de Nascente; identificar as dificuldades didático-pedagógicas para trabalhar a diversidade étnico/racial na escola; verificar até que ponto a formação recebida até então pelos/as professores/as contribui para que eles/elas tenham competência pedagógica para lidar com os preconceitos e as questões de cunho racial presentes em seu universo escolar. Situamos o nosso estudo dentro da nova concepção de ciência, desenvolvendo uma pesquisa de natureza qualitativa. Dentro dessa abordagem, escolheu-se a Metodologia de Estudo de Caso. A pesquisa teve como universo empírico o cotidiano escolar do Colégio Municipal de Nascente, localizado no Município de Nascente na região Sul da Bahia, onde foram entrevistados 11 professores/as e 67 alunos/as. A fala desses sujeitos/as evidenciou que: existe um silêncio e uma falta de percepção muito grande no espaço escolar quanto às questões de cunho racial; a percepção dessas questões vai depender da trajetória de vida dos/as professores/as e alunos/as; os/as alunos/as negros/as tendem a renunciar sua identidade étnica; a cor preta é associada ao mal, ao ruim e ao feio; há um desconhecimento histórico muito grande por parte dos/as professores/as e alunos/as quanto à história e cultura africana, que são reduzidas ao folclore, ao período da escravidão e à capoeira; existe uma tendência de naturalização do negro como menos inteligente e predestinado a ocupar determinadas posições na sociedade; a questão da diversidade étnica não se traduz numa questão prioritária a na escola; e falta suporte didático pedagógico para trabalhar com a temática diversidade étnico-cultural. Constamos que o racismo é uma ideologia muito viva no cotidiano do Colégio, norteando as formas de sociabilidade entre os/as alunos/as no seu interior da escola. Apontamos que para transformar essa realidade é necessário, primeiramente, que os/as professores/as possam romper com a cultura do silêncio quanto às questões raciais, que se instaurou em nossas escolas. Em segundo lugar, é preciso levar os/as professores/as a refletir sobre os fundamentos epistemológicos que ancoram as suas representações, conceitos e pensamentos em torno das questões raciais.