Escritas deslocadas: a produção literária alagoinhense no discurso da Fundação Cultural do Estado da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Vandelma Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado da Bahia
Pós Graduação em Critica Cultural
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/5437
Resumo: O estudo, desenvolvido no campo da Crítica Cultural, emerge da confluência de dois grandes temas de pesquisa que envolvem e atravessam a Literatura: o papel do Estado como disciplinador das ações sociais e a atuação dos discursos como criadores ou modificadores da realidade. Objetivou-se, a partir do caso dos produtores de literatura do município de Alagoinhas, estado da Bahia, analisar como o discurso oficial de uma secretaria de governo ordena e direciona (ou tenta ordenar e direcionar) a produção literária de uma cidade média e interpretar as formas de interação da sociedade com o Estado que são mediadas por esse discurso. O objeto que ensejou a discussão foi um conjunto de peças publicitárias e editais de financiamento lançados pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), órgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) responsável pela criação e implementação de políticas culturais para as artes. Empregando metodologia qualitativa, foi feita a análise de conteúdo das notícias, relatórios e editais atinentes à literatura, divulgados pela FUNCEB no período de 2011 a 2013, bem como de entrevistas semiabertas realizadas com agentes culturais na capital baiana e no município de Alagoinhas. A interpretação proposta fundamenta-se nos conceitos de poder disciplinar de Michel Foucault e de heterologia de Georges Bataille, e aplica um modelo desenvolvido por Deleuze e Guattari para visualizar a articulação entre o poder centralizado do Estado e o poder molecular disperso pela sociedade. De acordo com o modelo, a FUNCEB constrói seu discurso de modo a silenciar as práticas heterológicas e fortalecer o poder estatal.