Resistência cultural e tradição cigana: um estudo das tensões no processo de negação/preservação da identidade étnica na comunidade cigana de Utinga-Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Irandir Souza da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/4238
Resumo: Esta dissertação é um estudo de caso acerca dos mecanismos de resistência cultural utilizados pelos representantes da gerontocracia cigana da comunidade cigana situada na cidade de Utinga, região central do Estado da Bahia, entre a Chapada Diamantina Meridional e a Setentrional. O objetivo do trabalho é compreender como o conjunto de tradições ciganas desse grupo tem se perpetuado através de gerações, apesar das interferências sócio-culturais em novas redes de sociabilidade do universo não-cigano. A escola formal é, nesse sentido, um espaço aglutinador de conflitos e tensões, uma vez que se diferencia do modelo educacional tradicional cigano. Este objeto leva-nos a refletir sobre a dinâmica contemporânea que incide na premissa de que se vive em um mundo em permanente mudança, logo, a identidade étnica também se adapta e se transforma consoante os relacionamentos que os indivíduos mantêm com a realidade social envolvente. Assim, esta pesquisa tem também por intuito realizar um registro dos valores preservados, na contemporaneidade, na tradição cigana, atentando para a percepção de que muitos desses costumes foram ressignificados nesse contexto contemporâneo, a partir de fatores de interferência advindos de relações sociais estabelecidas externamente ao grupo. Interessa-se, desse modo, pelo entrelaçamento dos valores ciganos com a cultura “brasileira” local, que resulta numa reorganização da tradição, sem, contudo gerar uma perda completa de seus traços identitários. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujo método principal de coleta de dados foi a etnografia. Permaneceu-se em Utinga de 2006 até 2008 sendo feitas 10 visitas nesse período. Além da observação participante, foram realizadas 15 entrevistas formais com membros da comunidade, além do registro fotográfico e um caderno de campo de festas e eventos comemorativos locais. Do ponto de vista teórico, esta dissertação está ancorada num referencial das Ciências Sociais e da Educação que discute a questão da sociabilidade, da socialização e da identidade étnica na contemporaneidade.