Nematicidas microbiológicos : diferenciais tecnológicos dos produtos industriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Araújo, Letícia Bandeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/52007
Resumo: Entre 2007 e 2024, foram registrados, 85 bionematicidas industriais no Brasil, dos quais 49 por empresas brasileiras e 36 por empresas estrangeiras. Neste estudo, foram selecionados 38 bionematicidas para análise, com base em entrevistas realizadas com 12 empresas, sendo seis brasileiras e seis estrangeiras. O objetivo da pesquisa foi investigar os diferenciais tecnológicos dos bionematicidas registrados durante esse período e os desafios enfrentados. A metodologia adotada foi de natureza exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa e quantitativa. A análise dos dados foi feita por meio de estatística descritiva e do software Iramuteq, permitindo a identificação de 10 diferenciais tecnológicos que caracterizam os bionematicidas comercializados no Brasil. Os diferenciais incluem o uso de cepas exclusivas e isoladas, várias cepas, shelf lifeprolongado, endósporos, diferentes formulações (secas e líquidas), tecnologias exclusivas e mecanismos de ação específicos para microrganismos como fungos e bactérias. Entre os pontos em comum observados entre ambas, destacam-se os mecanismos de ação para bactérias e fungos, o uso de cepas exclusivas e isoladas, além da aplicação de várias cepas nos bionematicidas. Especificamente, as empresas estrangeiras se destacam no desenvolvimento de tecnologias como Bioshock e Statera, baseadas em fungos como Purpureocillium lilacinus e Pochonia chlamydosporia, além de terem um foco maior em formulações líquidas. Por outro lado, as empresas estrangeiras adotam mais formulações secas (WP WG), shelf life e uso de endósporos, o que reforça a diversificação de estratégias tecnológicas entre os grupos analisados. Outro destaque é a predominância de Bacillus spp. como ingrediente ativo, amplamente utilizado por ambos os grupos de empresas. Além disso, foi identificada uma diversificação no uso de fungos nematófagos, como Purpureocillium lilacinus, utilizado exclusivamente por empresas estrangeiras, e Trichoderma harzianum, que possui função dupla como bionematicida e biofungicida, sendo mais comum entre as brasileiras. Os resultados apontam um mercado competitivo e equilibrado, no qual as empresas estrangeiras, apesar de competirem com as brasileiras — das quais quatro das seis entrevistadas são consolidadas no setor de nematicidas químicos. Entretanto, ainda existem desafios, como a integração dos bionematicidas com outros insumos no manejo integrado de pragas e doenças (MIP e MID). Empresas brasileiras estão investindo em inovações, como tecnologias de microencapsulamento para prolongar a eficiência de campo de microrganismos como Bacillus spp., além de desenvolver embalagens e moléculas mais resistentes às condições adversas do solo, especialmente no Cerrado. Por fim, todas as empresas brasileiras entrevistadas operam exclusivamente no mercado de biológicos. As parcerias B2B entre empresas brasileiras e estrangeiras se revelam estratégicas, possibilitando que inovações desenvolvidas por empresas brasileiras sejam inseridas no mercado.