Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Jéssica Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49617
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Resumo: |
A invisibilização das questões de raça no meio rural amplia-se ao analisar a realidade das mulheres negras camponesas e suas atuações na manutenção da agrobiodiversidade, especialmente na intersecção dos eixos de gênero, raça e classe. Esta dissertação analisa e identifica a atuação das mulheres negras camponesas do assentamento Pequeno Willian, localizado em Planaltina - DF, no manejo da agrobiodiversidade em seus territórios, na relação com suas ancestralidades. Os objetivos específicos consistem em: 1) refletir, com as mulheres negras camponesas, as narrativas sobre suas histórias de vida, reconhecendo suas experiências; e 2) mapear as práticas relacionadas à agrobiodiversidade desenvolvidas pelas mulheres negras camponesas em seus territórios, observando as relações entre tais práticas, saberes e suas memórias. A pesquisa aborda os elementos ancestralidade, memórias e agrobiodiversidade em uma perspectiva interseccional, dialogando com pensamentos de intelectuais negros e negras para analisar com eficácia as especificidades existentes entre as mulheres negras camponesas no manejo da agrobiodiversidade. A trilha metodológica está pautada na escrevivência de três mulheres negras do assentamento Pequeno Willian, evidenciando como os marcadores de gênero, raça e classe incidem em suas trajetórias de vida e saberes produzidos em seus territórios. Para construção das escrevivências, utiliza os seguintes instrumentos: entrevistas semiestruturadas, caderno de campo, oficinas de turbante e registros fotográficos. Os resultados da análise das narrativas das interlocutoras destacaram as notáveis atuações das mulheres negras no manejo da agrobiodiversidade, bem como suas ligações com suas identidades étnico-raciais e ancestralidades. Evidencia que seus sistemas e práticas promovem uma nova perspectiva na relação com a agrobiodiversidade, estabelecendo conexões significativas entre suas práticas agrobiodiversas e saberes ancestrais em seus territórios negros camponeses. Esses saberes ancestrais são fundamentais como formas de resistência na manutenção e produção de alimentos saudáveis, estabelecendo uma relação íntima com o território de luta. Por meio das histórias entrelaçadas pelas intersecções da estrutura, as mulheres negras do assentamento Pequeno Willian destacam suas lutas e resistências, narrativas pouco abordadas no contexto rural brasileiro. A dissertação contribui através das vozes e olhares de mulheres negras para o rompimento da invisibilidade e o anonimato a partir das resistências tecidas por elas, apresentando uma perspectiva genuína do meio rural sob o olhar das mulheres negras camponesas. |