Fé na Educação : projeto de poder evangélico e as políticas educacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ferreira, Cristiano Lucas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/51644
Resumo: Esta tese analisa os discursos da bancada evangélica em proposições legislativas educacionais, apresentadas durante a 55ª e 56ª legislaturas. Busca identificar a influência da Teologia do Domínio, da Teologia da Prosperidade e da Teologia da Batalha Espiritual na formulação de um projeto de poder neoconservador e fundamentalista para a educação brasileira. A pesquisa mapeia as proposições legislativas da bancada evangélica que tramitam no Congresso Nacional, categorizadas a partir do conceito de linhas de força. O estudo se fundamenta nos pressupostos teóricos e metodológicos da Análise do Discurso Crítica, na perspectiva dialético-relacional de Norman Fairclough. A abordagem permitiu evidenciar estratégias discursivas e ideológicas utilizadas por parlamentares evangélicos/as nos argumentos mobilizados para configurar as políticas educacionais de acordo com princípios morais e religiosos. Os resultados indicam que a bancada evangélica utiliza discursos que integram referências bíblicas e teológicas juntamente com argumentos jurídicos e pseudocientíficos que reforçam valores morais cristãos e limitam a pluralidade de pensamento e a liberdade de cátedra. Os discursos utilizados reforçam as desiguais relações de poder, excluindo perspectivas democráticas e inclusivas, colocando em oposição a soberania divina e a autonomia humana. A bancada evangélica invoca valores familiares, a defesa da moralidade cristã, a meritocracia, o reforço na disciplina, a defesa da Educação Domiciliar, a inclusão do criacionismo no currículo, a criminalização da atividade docente e demoniza as políticas de diversidade e igualdade, caracterizando-as como ameaças à família e à sociedade. Observa-se uma nítida articulação entre as demandas educacionais e os interesses políticos da direita evangélica, em consonância com a ascensão de movimentos conservadores em nível global. A pesquisa contribui para o debate sobre a intersecção entre religião e política, evidenciando como as narrativas religiosas podem influenciar decisões legislativas e afetar o cotidiano escolar.