Efeito otoprotetor da melatonina e do resveratrol na perda auditiva induzida por ruído : um estudo experimental.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Novanta, Gabriela Guenther Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/51715
Resumo: Introdução: O ruído é o agente físico ambiental mais prevalente e, quando em níveis elevados, pode causar danos auditivos temporários ou permanentes. As principais consequências da exposição ao ruído na cóclea estão relacionadas à liberação de grandes quantidades de glutamato, alteração nas sinapses das células ciliadas com os neurônios e o aumento dos radicais livres, especialmente as espécies reativas de oxigênio. Originada da serotonina, a melatonina é descrita como um antioxidante intrínseco altamente eficaz na eliminação de radicais tóxicos e na redução do estresse oxidativo. O resveratrol, um composto polifenólico natural, tem sido estudado devido às suas diversas propriedades biológicas, incluindo efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, anti-agregantes, anti-aterogênicos, além de seu papel na quimioprevenção, imunomodulação e ação antienvelhecimento. Objetivo: Avaliar o efeito da melatonina e do resveratrol na prevenção de alterações das estruturas da orelha interna em ratos wistar expostos a elevados níveis de pressão sonora. Métodos: Estudo experimental com 45 ratos machos da linhagem wistar. Os animais foram divididos em quatro grupos experimentais, com 10 animais no grupo melatonina, 10 animais no grupo resveratrol, 13 animais no grupo veículo e 12 animais no grupo controle. Os três primeiros grupos foram expostos ao ruído do tipo white noise, centrado na frequência de 4 kHz, na intensidade de 100 dB por 8 horas diárias durante 10 dias. Os animais destes grupos receberam via intraperitonial 10mg/kg/dia dos fármacos melatonina e resveratrol e o grupo veículo recebeu soro com álcool e DMSO. O grupo controle não foi exposto ao ruído e recebeu os fármacos e as soluções soro com álcool e DMSO. A avaliação auditiva foi realizada por meio de emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção nas frequências de 3 a 12 kHz, potenciais evocados auditivos de tronco encefálico com os estímulos clique e tone burst em 8 kHz, além da análise histológica das estruturas cocleares, dentre elas o gânglio espiral, limbo, ligamento espiral e estria vascular. Para comparações entre dois grupos com distribuição normal, foi usado o Teste t para os dados paramétricos ou Mann-Whitney para os dados não paramétricos. Para a análise histológica, foi utilizado o teste ANOVA. O nível de significância estabelecido foi em p<0,05. Resultados: Todos os grupos expostos ao ruído apresentaram diferença estatística nas emissões otoacústicas na amplitude e na relação sinalruído na comparação aos grupos controle nos dias 15 (após a exposição) e 30 (após 15 dias de recuperação), com pior desempenho observado no grupo veículo. Nos grupos expostos ao ruído, foi observada diferença estatística na comparação dos grupos veículo e melatonina e ruído e resveratrol, na avaliação no D30. Na análise dos limiares auditivos utilizando o estímulo clique, foi observado diferença estatística na análise do D15 dentre os grupos expostos ao ruído e o grupo controle. Na análise do D30, os grupos melatonina e resveratrol apresentaram melhora estatística e não foi mais observada diferença na comparação com o grupo controle. O mesmo efeito foi observado na análise do D15 para o estímulo tone burst, porém apenas o grupo melatonina apresentou recuperação expressiva dos limiares. Na análise histológica, foi observado no D15 piora na densidade celular em todos os grupos expostos ao ruído na contagem dos neurônios do gânglio espiral. Entretanto, na análise do D30, os grupos tratados com resveratrol e melatonina apresentaram recuperação significativa e não mantiveram diferença estatística na comparação com o grupo controle. Conclusão: A melatonina e o resveratrol demonstraram propriedades otoprotetoras significativas em ratos wistar expostos a níveis elevados de pressão sonora.