Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Kelly Fabíola Viana dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unb.br/handle/10482/38416
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Resumo: |
A produção poética do compositor e escritor brasileiro Chico Buarque de Hollanda apresenta uma alteridade radical que lança o autor ao encontro do Outro, por meio da linguagem. Suas composições emprestam voz a personagens de diferentes níveis sociais; aos desvalidos, aos perseguidos, às mulheres, aos excluídos em seus grupos distintos, ou seja, pessoas muito diferentes da realidade de vida dele e de seu contexto social. Essa produção poética é analisada na tese como um exercício de exotopia (Bakhtin, 2000). O autor expressa a visão que tem do Outro a partir de seu lugar único, exterior, que o Outro não poderia ter de si mesmo. Pretende-se confirmar a tese de que essa produção forma uma poética do Rosto – responsabilidade ética individual e insubstituível que o sujeito assume perante o apelo do Outro, devido ao lugar que ocupa no mundo (Rosto conforme os estudos de Emmanuel Lévinas). Entretanto, ao assumir essa responsabilidade, o sujeito (poeta, compositor, letrista), fica também exposto aos riscos da linguagem, da escrita, visto que a linguagem ultrapassa fronteiras de espaço e tempo, sujeita-se a interpretações, afecções e usos que escapam ao controle do autor. O corpus deste trabalho é o livro A imagem do som de Chico Buarque (1999), organizado por Felipe Taborda, artista gráfico que reuniu 80 canções de Chico Buarque, aprovadas pelo compositor, e interpretadas visualmente por artistas brasileiros atuantes em artes visuais. Dessas 80 canções, 38 foram selecionadas na tese para serem analisadas em consonância com as imagens que as representam, em razão de que essas canções colocam em destaque um personagem, um Rosto. Apesar de as canções “Minha história” e “Angélica” não fazerem parte do projeto A imagem do som, foram acrescentadas ao corpus por responderem a questões específicas da tese. Em Gilbert Durand (2002), Séan Burke (2008) e Umberto Eco (2004) fundamenta-se a compreensão dos riscos de se assumir uma poética do Rosto em tempos de evolução tecnológica. Também foram identificadas as consequências desse processo, na conjuntura atual em que o texto percorre com rapidez espaços diversos, sofre as afecções do imaginário, é interpretado e utilizado em diferentes contextos, independentemente de aprovação ou anuência de seu autor. |