Adoção de práticas agrícolas conservacionistas e eficiência produtiva na agricultura brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fortini, Rosimere Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21307
Resumo: O objetivo geral deste estudo é analisar a adoção de diferentes práticas agrícolas conservacionistas pelos estabelecimentos agrícolas brasileiros. Especificamente, pretende-se: (i) determinar o efeito da adoção de diferentes práticas agrícolas conservacionistas sobre a produtividade e o lucro dos estabelecimentos agropecuários brasileiros; (ii) identificar os fatores que interferem na capacidade de adoção, por parte dos agricultores brasileiros, de práticas agrícolas conservacionistas; e (iii) identificar o efeito da adoção das práticas agrícolas conservacionistas sobre a eficiência técnica dos estabelecimentos agropecuários brasileiros divididos por grupos de áreas. Para tal, adotou-se um procedimento econométrico dividido em duas partes: (a) Balanceamento por Entropia para tornar as amostras de adotantes e não adotantes pareadas de modo a avaliar o impacto da adoção de cada prática agrícola conservacionista, consideradas neste estudo, na produtividade e no lucro; (b) estimação de modelo de seleção amostral composto de dois estágios: no primeiro, estima-se os modelos probit; e no segundo a Fronteira Estocástica de Produção para analisar a eficiência técnica dos agricultores brasileiros, estimadas para adotantes e não adotantes de cada uma das práticas agrícolas conservacionistas. Os microdados do Censo Agropecuário de 2006 foram utilizados para as análises deste estudo. Como resultado, em média, os agricultores que adotam as práticas agrícolas conservacionistas possuem produtividade inferior aos produtores que não as adotam, apesar do lucro ser maior para este primeiro grupo. Por meio dos modelos Probit, a associação a uma cooperativa, o acesso ao financiamento e assistência técnica, a maior idade, mais anos de experiência, gênero masculino e ter mão de obra qualificada, são fatores que aumentam a probabilidade de adoção destas práticas. As variáveis categóricas, condições do produtor, nível educacional e a localização geográfica tiveram resultados variados, dependendo do tipo de prática analisada. A adoção das práticas conservacionistas, de fato, contribuem para que os estabelecimentos utilizem os fatores produtivos mais eficientemente, resultando em escores de eficiência técnica mais elevados, quando comparados aos não adotantes. Além disso, ao comparar os resultados em relação aos grupos de áreas, observou-se que os maiores estabelecimentos que adotam as práticas conservacionistas mostraram-se tecnicamente mais eficientes que os minifúndios e pequenos estabelecimentos. Assim, observa-se que a menor produtividade parcial da terra obtida pelos adotantes das práticas conservacionistas, quando comparado aos não adotantes, parece ser compensada pelo ganho de eficiência, à medida que se tem um maior lucro. As implicações políticas incluem melhoria de práticas gerenciais por meio de serviços de extensão, promoção de educação no campo, fortalecimento da relação pesquisa-extensão e desenvolvimento de pacotes de práticas agrícolas conservacionistas específicos para cada situação com maior potencial de aumento de produtividade.