Governança estrutural e processual em aglomerações produtivas do setor de tecnologia da informação em Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Carla Cristina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Administração Pública
Mestrado em Administração
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1991
Resumo: Os arranjos produtivos locais (APLs) caracterizam-se pela aglomeração geográfica de empresas de setores específicos e setores correlatos, com vínculos cooperativos, associados ao apoio de entidades públicas e de classe. Esta forma de organização ganha relevância na medida em que possui o potencial de gerar vantagens derivadas da concentração setorial e das relações interorganizacionais. A efetiva realização das vantagens, especialmente aquelas derivadas da ação coletiva (eficiência coletiva SCHMITZ, 1997), está condicionada às atividades de coordenação entre os atores. O conceito de APL congrega dois focos distintos de análise: o contexto institucional e a dinâmica das relações entre os atores. O primeiro constitui-se dos atores locais e o segundo das interações, sejam elas formais ou informais, voluntárias ou espontâneas. Nesta dissertação, as fundamentações teóricas permeiam dois aspectos: o conceito de governança do tipo estrutural e o conceito de governança do tipo processual. Estes aspectos estão relacionados com a coordenação do arranjo em si. O primeiro aspecto enfatiza os atores que compõem o APL, assim como o potencial de influência de cada um segundo os recursos disponíveis e as diferenças ali existentes, e o segundo considera o modo como tais atores coordenam suas ações para obter eficiência coletiva. No trabalho, foram analisadas e comparadas três aglomerações produtivas do setor de tecnologia da informação: Belo Horizonte, Uberlândia e Juiz de Fora. Para tanto, os dados foram coletados por meio de 48 entrevistas semiestruturadas aplicadas aos empresários e às entidades do setor entre os meses de junho e setembro de 2013. Para análise da governança estrutural, identificou-se pluralidade de entidades que desenvolvem ações conjuntas a fim de desenvolver o setor, sendo: a) associações ou instituições de negócio envolvidas: a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (ASSESPRO), a Associação de Usuários de Informática e Telecomunicações (SUCESU) e Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX); b) organizações de apoio ou suporte: o Sindicato das Empresas de Informática (SINDINFOR), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a Sociedade Mineira de Software (FUMSOFT), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), o Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas (FINEP), a Inove Uberlândia (I9), a Associação Brasileira de Startup (MINAS STARTUP),a Rede Mineira de Inovação (RMI), a Federação da Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), a Câmara Americana do Comércio (AMCHAM), a Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (ACIUB) e a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL); c) instituições de ensino e pesquisa (principalmente a Universidade Federal de Belo Horizonte (UFMG), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); e d) o poder público (municipal, estadual e federal). As estruturas dos APLs analisados mostram-se favoráveis e com grande potencial para o estabelecimento de ações conjuntas. Observou-se que cada tipo de instituição estudada influência de maneira e intensidade diferentes no contexto institucional das empresas, sendo notável que todas proporcionam algum tipo de benefício para as empresas e o setor como um todo. Para a análise da governança processual, foram criadas subcategorias que abordam: a) cooperação entre empresas, b) cooperação entre empresas e entidades; e c) cooperação entre entidades. E, para compreender coordenação, foram criadas as subcategorias: a) coordenação centralizada e b) coordenação compartilhada. Concluiu-se, no APL de software de Belo Horizonte, identifica-se uma governança complexa, devido ao grande número de entidades voltadas para o setor, gerando uma multiplicidade nas formas de cooperação e coordenação. No APL de Uberlândia caracterizou-se a governança unificada, pois a cooperação no setor apresenta relações menos complexas e a coordenação ocorre de forma compartilhada entre os atores. No APL de Juiz de Fora, as relações são dispersas entre os atores, o setor de tecnologia de informação está em desenvolvimento e as ações realizadas ainda são incipientes, caracterizando como uma governança simples. A partir destas características de relacionamentos, é possível concluir que a governança não é única dentro de um APL, apresentando diferentes estruturas institucionais, que se caracterizam pelos diferentes atores e s diferentes formas de cooperação e modos de coordenação.