Produto à base de yacon (Smallanthus sonchifolius) modula resposta imune intestinal de camundongos BALB/c sadios e induzidos à carcinogênese colorretal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marcon, Letícia De Nadai
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27786
Resumo: O câncer colorretal (CCR) é o terceiro tipo de câncer mais diagnosticado no mundo. O consumo de prebióticos modula a microbiota e o sistema imune intestinal, promovendo a melhora do CCR. A yacon (Smallanthus sonchifolius) é uma fonte conhecida de prebióticos (frutooligossacarídeos (FOS) e inulina) e compostos fenólicos que são benéficos à microbiota intestinal e à modulação da resposta imune intestinal, porém seus mecanismos regulatórios ainda permanecem pouco claros. Nossa hipótese é que a suplementação dietética com um produto à base de yacon (PBY) poderia modular a microbiota intestinal, aumentando a concentração de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) fecal, e a resposta imune intestinal, modificando a população de linfócitos e os fatores de transcrição da resposta imune adaptativa no cólon de camundongos. Portanto, este estudo teve como objetivo investigar os efeitos do consumo do PBY sobre as características intestinais e fecais e sobre o perfil de resposta imune intestinal em camundongos BALB/c sadios e induzidos à carcinogênese colorretal. As lesões pré-neoplásicas foram induzidas em camundongos BALB/c machos por meio de injeção intraperitoneal de 1,2- dimetil-hidrazina (20mg / kg de peso corporal / semana) por 8 semanas. Após a indução, os animais foram divididos em dois grupos que receberam a dieta controle (AIN-93M) (grupo DC, n = 19) ou a dieta PBY (AIN-93M suplementada com PBY, 6,0% FOS + Inulina) (grupo DY, n = 17) por 8 semanas. Paralelamente, camundongos sadios (não induzidos às lesões pré-neoplásicas) foram divididos em dois grupos que receberam a dieta PBY (grupo CC, n = 16) ou a dieta Controle (grupo CY, n = 18) por 8 semanas. Em camundongos sadios, verificamos que o consumo de PBY reduziu a ingestão alimentar, melhorou a umidade e viscosidade fecal, intensificou a concentração fecal dos ácidos graxos acético, propiônico, butírico, isovalérico, valérico e capróico, aumentou o número de células T reguladoras (Treg) e regulou negativamente a expressão do fator de transcrição RORγt no cólon. Em camundongos induzidos, a dieta PBY não foi eficaz na redução do número de focos de criptas aberrantes (FCA) no cólon, porém, promoveu redução do pH fecal, aumentou a umidade e a viscosidade das fezes, aumentou a concentração dos ácidos graxos fórmico, acético, propiônico, butírico e valérico nas fezes e modulou a expressão de fatores de transcrição no intestino, reduzindo FOXP3 e aumentando RORγt e T-bet, este último ligado ao controle e melhor prognóstico do CCR. Sugere-se que o PBY, durante os estágios iniciais da carcinogênese colorretal, possa contribuir para a integridade da mucosa, promovendo o aumento de AGCC fecal e a modulação da resposta imune no cólon, favorecendo a redução do risco de lesões neoplásicas. Além disso, pode-se inferir que o consumo de PBY por camundongos sadios possa auxiliar na regulação da saciedade, melhora do trânsito intestinal, manutenção da integridade dos tecidos intestinais e aumento da diferenciação das células Treg por meio da regulação negativa da expressão de RORγt, reduzindo consequentemente os processos inflamatórios no cólon.