Análise de investimento em cana-de-açúcar irrigada no noroeste mineiro
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos Mestrado em Economia Aplicada UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/28 |
Resumo: | O aumento na demanda dos principais produtos da cana-de-açúcar – o açúcar e o álcool – tanto a nível nacional quanto internacional vêm causando uma expansão das áreas plantadas com a cultura em todo o país. Em virtude da saturação de áreas no estado de São Paulo, principal estado produtor, a ampliação das lavouras de cana-de-açúcar vem acontecendo em outros estados, com destaque para Minas Gerais. O Noroeste de Minas, tradicional região agrícola do estado, vêm recebendo sistemáticos investimentos em unidades processadoras de cana-de-açúcar e a produção da matéria-prima tem se dado em áreas irrigadas por pivô central. Apesar do que se observa na prática, a literatura sugere que a condução de canaviais irrigados é inviável economicamente. Diante desta contradição, este trabalho teve por objetivo de avaliar a viabilidade econômica do cultivo de cana-de-açúcar irrigada por pivô central e, além disso, comparar seu resultado com a viabilidade de outras culturas irrigadas pelo mesmo método. A escolha das culturas a serem comparadas levou em consideração a tradição da região no cultivo de cereais como feijão, milho e soja e, diante disso, foram elaborados cinco possíveis combinações entre as culturas: milho semente e soja, milho e soja, feijão e milho, feijão, soja e milho e milho seguido de duas lavouras de feijão. Para a consecução dos objetivos propostos foram elaborados diversos fluxos de caixa representativos das diferentes culturas, calculados indicadores de viabilidade econômica e feita a análise de risco. Os indicadores calculados foram: a) Valor Presente Líquido (VPL), b) Taxa Interna de Retorno (TIR), c) Período de Payback descontado (PPD) e d) Relação benefício-custo. A análise de risco foi realisada por meio de simulação de Monte Carlo. Os resultados indicaram que, ao contrário do que se pressupunha, o cultivo de cana-de-açúcar irrigada por pivô central é viável economicamente, apresentando VPL positivo, TIR superior à taxa de desconto considerada e relação benefício-custo superior a um. Quando analisado o risco da cultura da cana-de-açúcar, as variáveis preço da tonelada de cana-de-açúcar e preço das operações de corte, carregamento e transporte (CCT) foram as que mais afetaram os indicadores selecionados (VPL e relação B/C). Adicionalmente, a análise de risco, por meio da distribuição acumulada de probabilidade, mostrou que investir em cana-de-açúcar irrigada por pivô central tem entre 20 e 25% de chances de fracasso. Comparativamente às outras culturas, o investimento em cana-de-açúcar é mais vantajoso que as rotação de milho (semente ou não) e soja, porém apresentou desempenho econômico inferior à rotações de cultura que envolvem o feijão. Pela análise de risco constatou-se, adicionalmente, que a rotação entre milho e soja, apesar de proporcionar os piores retornos em relação à cana-de-açúcar, apresentou menores coeficientes de variação (CV). Os maiores coeficientes de variação (CV) foram obtidos nas rotações entre milho e feijão, em virtude da grande variação de preços deste último. A análise de risco por meio da distribuição acumulada de probabilidade, ao contrário, mostrou que a probabilidade de se obter indicadores desfavoráveis (VPL<0 e B/C<1) é menor quando se adotam rotações entre milho e feijão, em relação à cana-de-açúcar e às outras rotações consideradas. Sendo assim, conclui-se que a cana-de-açúcar é viável economicamente e propicia aos produtores retornos superiores aos de milho e soja, porém inferiores ao de rotações que envolvem o feijão. |