Resumo: |
Neste estudo procurou-se compreender as concepções e os saberes que os docentes formadores do curso de Pedagogia possuem sobre a formação e a atuação profissional do pedagogo. Especificamente, os objetivos deste estudo formam: caracterizar a formação acadêmica e profissional desses docentes; identificar os motivos que determinaram sua escolha pela docência e, prioritariamente, pela atuação como formador no curso de Pedagogia; focalizar os saberes que consideram imprescindíveis para atuação como formadores; explicitar suas concepções sobre a Pedagogia como um campo de formação e profissionalização; e identificar os desafios que eles enfrentam no contexto de ensino. Os docentes de ensino superior assumem um papel importante na difusão e produção do conhecimento científico, bem como na formação de novos profissionais que atuarão no mercado de trabalho. Constatamos que esses docentes se encontram comprometidos, também, com a formação de futuros pedagogos que atuarão principalmente na educação básica. Para atender aos objetivos propostos utilizamos a metodologia qualitativa, elegendo como sujeitos da pesquisa os docentes formadores do Departamento de Educação (DPE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, Minas Gerais, que são atuantes no curso de Pedagogia. Como instrumento de coleta de informações privilegiamos o currículo lattes dos docentes, então vinculados ao DPE, e a realização de entrevistas semiestruturadas, com amostragem de 30% dos sujeitos. Para organização das informações obtidas utilizamos a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2011). O referencial teórico que balizou este trabalho refere-se aos docentes formadores de novos professores, à Pedagogia, à atuação do pedagogo e ao curso de Pedagogia. Como norteadores dos diálogos acerca dos docentes formadores citamos Vaillant (2003), Pimenta e Anastasiou (2005), Mizukami (2005-2006), André et al. (2010a,b), dentre outros. No que se refere à Pedagogia, à atuação do pedagogo e ao curso de Pedagogia, balizamos nossas discussões nas considerações de Luzuriaga (1990), Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2001), Pimenta (2001), Marafon e Machado (2005), Saviani (2008), Franco, Libâneo e Pimenta (2011), entre outros, e também em documentos como as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia. As informações obtidas possibilitaram-nos identificar que os docentes formadores atuantes no curso de Pedagogia têm formação em nível de doutorado, dentro da grande área da Educação, e que atuam em campos disciplinares que permitem o diálogo direto com o curso em que lecionam. Esses docentes relataram que o ensino deveria ser prioridade em suas atuações, porém, para cumprir o exigido pelas instituições, a pesquisa tem sido a atividade priorizada. No campo das experiências profissionais, constatamos que a minoria dos docentes formadores tinha alguma experiência em nível de educação básica e que suas escolhas por atuarem no curso de Pedagogia foram balizadas pelas trajetórias de vida e acadêmicas. Os docentes entrevistados compreendem a Pedagogia como sendo uma ciência da Educação e defendem que o pedagogo deve atuar prioritariamente nas escolas. Eles destacam como maior desafio de sua atuação na docência o público, ou seja, os alunos. |
---|