Uso de composto orgânico e espécies vegetais para condicionamento de rejeito de beneficiamento de minério de ferro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Brigida, Milena Borges Santa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6461
Resumo: O setor mineral desempenha papel fundamental no desenvolvimento da economia e na qualidade de vida de um país. No entanto, contribui para formação de passivos ambientais, como a geração de barragens de depósito de rejeito de beneficiamento do minério. Esse substrato (rejeito) geralmente apresenta características físicas, químicas e biológicas que dificultam o estabelecimento de vegetais. Assim, o objetivo deste trabalho foi o de avaliar o efeito de doses de composto orgânico (CO) e uso de diferentes composições vegetais como condicionadores de rejeito de mineração de ferro, visando a recuperação ambiental desta área. O experimento foi montado na barragem de rejeito denominada Furquilha III, localizada no município de Ouro Preto, MG. Foi utilizado o esquema de parcelas subdivididas, sendo testado nas parcelas as doses de CO (0; 4,17; 8,33 e 16,67 t ha-1) e nas subparcelas, diferentes combinações de espécies (Gramíneas nativas; Exóticas; Gramíneas nativas-Exóticas), em um arranjo experimental em blocos casualisados, com três repetições. As avaliações consistiram de caracterizações químicas e microbiológicas de amostras do substrato e variáveis de crescimento vegetal. O maior aporte de biomassa vegetal sobre o substrato ocorreu para os tratamentos com presença de exóticas e gramíneas nativas-exóticas na maior dose de CO, sugerindo que estas combinações são mais eficientes na recuperação deste ambiente. Os tratamentos com gramíneas nativas proporcionaram maiores teores de matéria orgânica leve e também de carbono orgânico total no substrato. Neste caso, as raízes assumem papel principal na estocagem de carbono, sendo mais expressivo do que o carbono (C) proveniente da biomassa da parte aérea. A aplicação de CO nas doses 4,17 e 8,33 t ha-1 estimulou maior decomposição da matéria orgânica nas parcelas com estas doses, independente das combinações de espécies, consequentemente acarretando maiores perdas de carbono. Por outro lado, a dose mais elevada (16,67 t ha-1) induziu incrementos nos estoques de carbono do substrato. Este fato pode ser justificado pela maior entrada de carbono no sistema e pela qualidade do material orgânico aplicado. Independente da composição vegetal introduzida, houve menor perda de C-CO2 para a atmosfera e maior imobilização de C pelos microrganismos quando o rejeito foi submetido a uma dose mais elevada de CO. A fosfatase ácida apresentou maior atividade quando o rejeito foi submetido a uma revegetação com gramíneas nativas na dose de 16,67 t ha-1 e a urease quando na presença das exóticas e gramíneas nativas- exóticas, independente da dose de CO. Os resultados demonstram que essas enzimas são influenciadas pelo carbono da biomassa microbiana e carbono orgânico total do substrato, indicando que esses compartimentos de C do rejeito são essenciais para a disponibilização de fósforo e nitrogênio em áreas onde esses nutrientes são limitados.