Efeito prebiótico de produto à base de Yacon (Smallanthus sonchifolius) na modulação de indicadores da saúde óssea em ratas wistar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Paula, Hudsara Aparecida de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos
Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/480
Resumo: Os frutooligossacarídeos (FOS) e inulina são compostos alimentares capazes de otimizar a absorção de cálcio. Entre as fontes naturais de frutanos do tipo inulina, tem despertado cada vez mais a atenção da comunidade científica, o yacon (Smallanthus sonchifolius) que é uma raiz tuberosa de origem andina considerada, na atualidade, a maior fonte vegetal principalmente de FOS. Neste sentido, foi desenvolvido no Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa um produto a base de yacon (PBY) (INPI: 014110002964). Este estudo constitui-se no primeiro, até então, reportado na literatura sobre o efeito prebiótico do PBY na modulação de biomarcadores da saúde óssea de ratas adultas intactas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas. Objetivou-se avaliar o efeito do PBY na modulação de variáveis cecais (peso do ceco, pH, ácidos orgânicos); da absorção intestinal de cálcio; da retenção de minerais nos ossos; de marcadores bioquímicos séricos do metabolismo ósseo; da densidade mineral óssea e de propriedades biomecânicas na cabeça e na diáfise do fêmur. Por meio de um préexperimento foram testadas diferentes doses e definida a de 6% de FOS/inulina do PBY para ser utilizada. O estudo consistiu de três fases distintas. Na primeira fase do estudo (90 dias), em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), foi administrado aos animais dieta de crescimento AIN-93G com e sem PBY; na segunda fase, os animais foram submetidos ao procedimento cirúrgico para retirada de ovário (ovariectomia - OVX) ou submetidos à simulação de retirada do órgão (celiotomia - SHAM), e na sequência houve suspensão dos tratamentos Wash out de quatro semanas para recuperação. Na terceira fase do estudo (60 dias) administrou-se a dieta AIN-93M com e sem PBY. Os animais foram alocados em 4 grupos (n=16), por DIC em arranjo fatorial 22 para os dois fatores cirurgia e dieta, em dois níveis: Cirurgia (com e sem ovário), Dieta (com e sem produto a base de yacon). As análises estatísticas foram realizadas no software SAS®. Considerou-se um nível de significância de 5%. O protocolo do estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética para pesquisa com animais da Universidade Federal de Viçosa, parecer nº 55/2011. Os resultados obtidos na primeira fase do estudo indicaram efeitos clínicos promissores em relação a maior produção de acetato e lactato; a menor excreção de cálcio fecal; e maior absorção aparente fracional, maior absorção aparente percentual, maior balanço mineral e maior percentual de retenção de cálcio. Estes resultados presumem impacto positivo, a longo prazo, no metabolismo ósseo. Ressalta-se que as ratas na fase 1 do experimento encontravam-se intactas sem serem expostas a nenhum procedimento invasivo, o que justifica as pequenas variações biológicas observadas nas variáveis mensuradas, em contraste com o que foi verificado na fase 2 do estudo. Na segunda fase observou-se maiores concentrações de acetato e lactato no grupo que recebeu a dieta PBY tanto nas ratas ovariectomizadas (sem ovário) quando nas ratas celiotomizadas-SHAM (com ovário) (P<0,05). De forma coerente foi observado maior percentual de retenção mineral e balanço mineral de cálcio no grupo OVX que recebeu o PBY comparado ao grupo OVX que não o recebeu na dieta. Os níveis séricos do marcador de reabsorção óssea (Telopeptídeo Aminoterminal do colágeno tipo I - NTx) foram menores nos animais que receberam o PBY na dieta (P<0,05) e os níveis séricos do marcador de formação óssea (Fosfatase alcalina) foram maiores nos animais do grupo PBY (P<005), expressivamente nos animais OVX. As propriedades biomecânicas (nas ratas OVX e SHAM) tanto da cabeça do fêmur quanto da diáfise femoral apresentaram valores percentuais maiores no grupo PBY, o que pressupõe efeito favorável na resistência óssea. O PBY apresentou um efeito mais pronunciado em situações na qual os animais encontravam-se em um processo regenerativo decorrente da queda de estrogênio, o que por si só é um resultado interessante e inovador, deixando boas expectativas quanto a problemática investigada. Conclui-se que o PBY modulou favoravelmente o metabolismo ósseo em ratas ovariectomizadas e pode ser considerado uma alternativa promissora para atenuar os efeitos deletérios no metabolismo ósseo advindos da osteopenia em modelo animal.