Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Talita Amorim |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/28129
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Resumo: |
Curcumina é o composto majoritário presente no rizoma de Curcuma longa L., planta pertencente à família do gengibre (Zingiberaceae). Essa molécula é capaz de atuar em diversos alvos moleculares e com isso exercer inúmeras atividades farmacológicas, como antioxidante, anti-inflamatória e antiproliferativa. O potencial terapêutico da curcumina no tratamento de diversas patologias tem sido relatado por inúmeros autores. No entanto, algumas pesquisas evidenciam que, a depender da dose utilizada, esse composto pode exercer efeitos indesejáveis ao organismo. Diante disso, este estudo objetivou avaliar o efeito da administração de três doses de curcumina em parâmetros hepáticos e reprodutivos de camundongas saudáveis. Para isso, três experimentos (Exp.1, Exp.2 e Exp.3) foram realizados utilizando camundongos Swiss adultos. Cada experimento foi composto por quatro grupos, sendo estes: grupo veículo, que recebeu 0,2ml de dimetilsulfóxido (DMSO) por animal, e três grupos que receberam curcumina pura natural diluída em DMSO. Os grupos que receberam curcumina consistiram em: grupo CUR-250 que recebeu 250mg/Kg, o grupo CUR-500 que recebeu 500mg/Kg e o grupo CUR-1000 que recebeu 1000mg/Kg de peso corporal. A administração do DMSO ou da curcumina foi feita por via oral. As fêmeas do Exp.1 foram tratadas com DMSO ou curcumina durante 28 dias consecutivos e no 29º dia foram eutanásiadas. Nesses animais foram avaliados o efeito da curcumina no ciclo estral, ovário e fígado. Os Exp.2 e 3 foram realizados para avaliar o efeito da curcumina na fertilidade das camundongas. No Exp.2, as fêmeas receberam o tratamento por 28 dias consecutivos e após vinte e quatro horas do último tratamento, foram colocadas para acasalar e seguir com a gestação. Já as fêmeas do Exp.3 receberam o tratamento durante todo o período de acasalamento e gestação. As fêmeas do Exp.2 e 3 foram eutanásiadas no 19º dia após a confirmação da cópula. No capítulo 1 desse estudo foi avaliado o efeito da curcumina sobre o fígado. Os resultados obtidos evidenciaram que, na dose de 250mg/kg, a curcumina não acarretou em prejuízos a esse órgão. No entanto, os animais que receberam 500 ou 1000mg/kg/PC de curcumina, apresentaram aumento dos níveis dos biomarcadores de função hepática como ALP, ALT e albumina, aumento da glutationa S-transferase, metabólitos do óxido nítrico (nitrito/nitrato) e malondialdeído. Além disso houve alteração na biodisponibilidade de micro minerais como o Se, Zn, Cu e Fe. Também foi observado que o tratamento com curcumina provocou aumento de sinusoides (dose de 1000mg). A partir desses resultados, concluímos que a ingestão contínua de curcumina, embora não seja hepatotóxica em dosagens baixas, numa dosagem, a partir de 500 mg/kg/PC, pode atuar como agente pró-oxidante e provocar danos ao tecido hepático. O efeito da curcumina sobre os parâmetros reprodutivos foram avaliados no segundo capítulo desse estudo. Nossos resultados mostraram que o tratamento com curcumina em camundongas nulíparas levou a irregularidades no ciclo estral e reduziu a atividade proliferativa de células da granulosa de folículos secundários. O desempenho reprodutivo também foi afetado pelo tratamento com a curcumina. Nas fêmeas que receberam 1000mg/kg/PC de curcumina anteriormente ao acasalamento o índice de prenhez foi reduzido em 50%. Já nas fêmeas que receberam curcumina durante o acasalamento e gestação a ação antifertilidade desse composto foi potencializada, pois houve redução significativa no índice de prenhez e aumento de perda pré-implantação em todos os grupos tratados com curcumina. Diante disso, concluímos que em camundongas a curcumina, nas doses testadas, compromete a fertilidade, principalmente quando consumida no período do acasalamento. |