Micobiota do feijoeiro-comum e pectinases de Colletotrichum lindemuthianum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Leandro Lopes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28036
Resumo: Tanto micro-organismos endofíticos como fitopatogênicos são capazes de colonizar o feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris). Muitos micro-organismos endofíticos são conhecidos por beneficiarem a planta hospedeira. Para identificar esses micro- organismos, um dos métodos utilizados é o sequenciamento de alto rendimento. Alguns micro-organismos também podem prejudicar as plantas hospedeiras, como o fungo fitopatogênico Colletotrichum lindemuthianum. Esse fungo é responsável por causar antracnose no feijoeiro-comum, ocasionando perdas na produtividade dessa cultura. Nos fungos fitopatogênicos, as enzimas que degradam a pectina presente no tecido vegetal são consideradas importantes fatores de virulência. Os principais objetivos desse trabalho foram determinar a micobiota de três variedades de feijoeiro- comum; identificar e analisar genes que codificam pectinases em C. lindemuthianum; inativar por meio da transformação mediada por Agrobacterium tumefaciens (ATMT) e caracterizar funcionalmente genes que codificam pectinases. Ao analisar a micobiota endofítica do feijoeiro-comum foi observado que a diversidade de fungos variou mais entre os órgãos da planta do que entre as variedades. Foram identificados 283 gêneros, distribuídos entre as variedades. Em cada órgão da planta e na rizosfera foram identificados diferentes números de gêneros. Foi encontrado um maior número de interações positivas nos órgãos da parte aérea em todas as variedades. Para conhecer as pectinases produzidas por C. lindemuthianum, os genes que codificam pectinases foram identificados e analisados. O fungo C. lindemuthianum possui 58 genes que codificam para pelo menos seis tipos de enzimas envolvidas na degradação da pectina. Esses genes apresentam em sua região promotora sítios de ligação para diferentes fatores transcricionais. O número de introns foi variável entre os genes. Quarenta e cinco porcento dos genes são diferencialmente expressos em algum momento na interação com o seu hospedeiro. As pectinases putativas apresentaram sítios para N-glicosilação, presença de peptídeo sinal e diferentes pontos isoelétricos. Foram obtidos de 35 a 56 transformantes para cada gene em condições iguais de transformação. Todos os transformantes analisados apresentaram uma única cópia do cassete de deleção. Foram obtidos dois mutantes para o gene pecCl6 (pectato lisase 6 de C. lindemuthianum). Os mutantes ∆pecCl6 obtidos não apresentaram diferença de morfologia, crescimento, esporulação e patogenicidade em relação ao selvagem. Neste trabalho foi observado que a diversidade de fungos endofíticos pode ser acessada de forma eficiente com o sequenciamento de amplicons ITS e que essa diversidade pode variar entre órgãos vegetais distintos e a rizosfera de uma única variedade de planta. Também foi constatada a presença de maior quantidade e diversidade de genes que codificam pectinases em C. lindemuthianum do que o encontrado em outros fitopatógenos, o que sugere que pelo menos parte destas pectinases devem ser importantes para a patogenicidade do fungo C. lindemuthianum. Além disso, foi demonstrado que o sistema ATMT pode ser utilizado para deleção de genes em C. lindemuthianum. Palavras-chave: Microrganismos endofíticos. Sequenciamento de amplicons ITS. Antracnose. Enzimas pectinolíticas. Transformação de fungo.