O planejamento do trabalho do Agente Comunitário de Saúde e sua interface com o acesso dos usuários aos serviços de saúde de Viçosa, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Braga, Gracilene Maria Almeida Muniz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor
Mestrado em Economia Doméstica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3395
Resumo: A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem enfrentado problemas na forma de planejamento do trabalho, decorrente do excesso de demanda e dificuldade na definição das ações prioritárias com as famílias atendidas. Considerando tal constatação, realizou- se nas 14 UBSFs de Viçosa, Minas Gerais, um estudo que objetivou caracterizar o perfil socioeconômico do ACS; o estado de motivação e conhecer o planejamento de suas tarefas e a opinião dos usuários sobre o trabalho do ACS. Utilizou-se abordagem quali- quantitativa na coleta de dados, estatística descritiva e análise de conteúdo e do discurso para análise. A amostragem das famílias foi definida nas 13 UBSFs que participaram do estudo, destas foram selecionados os usuários vulneráveis (48): hipertensos; gestantes; idosos e diabéticos. Os dados foram coletados por questionário e grupo focal aos ACS; entrevista semiestruturada aos indivíduos vulneráveis. O estudo identificou que, a maioria dos ACS do estudo são do sexo feminino, idade entre 26 a 43 anos. A escolaridade predominante foi ensino médio, superando a exigência para o cargo. A maioria são provedores da família. Dos 64 entrevistados 83% não se sentem motivados para planejar suas tarefas, pelo excesso de atividades burocráticas, pela precariedade das condições de trabalho e falta de treinamento. 69% dos ACS alegaram que a falta de privacidade na vida pessoal influencia na falta de motivação para o planejamento das tarefas e atividades. As atividades dos ACS não são planejadas, comprometendo o acesso das famílias aos serviços de saúde. A efetividade do trabalho do ACS é restrita devido às dificuldades encontradas no cotidiano, no entanto 82% os usuários acreditam que o trabalho do ACS favorece o acesso aos serviços das ESF. A relação dos usuários com os ACS foi avaliada por 55% das gestantes como de amizade, seguido de 54% dos hipertensos e idosos. Ao se analisar os níveis de compreensão dos usuários em relação às orientações sobre saúde prestadas pelos ACS, 52% dos hipertensos, idosos e diabéticos consideraram de fácil compreensão, 44,5% das gestantes concordaram com esta afirmativa, e outros 44,5% de gestantes disseram que os ACS não prestam este tipo de orientação. O estudo identificou que 92% hipertensos, 85% dos idosos e diabéticos e 78% das gestantes consideraram que os ACS são capacitados para desempenhar a função e cumprir com suas tarefas diárias. Desta forma podemos concluir que a falta de recursos agrava o desempenho das eSF, refletindo diretamente no trabalho do ACS. Nas ESF faltam dispositivos de gestão em nível local, para negociar com a comunidade a prioridade de ações. As tarefas dos ACS não são planejadas e estes atuam improvisadamente. Sugere-se para maior efetividade das atividades que o ACS tenha lugar de destaque na ESF e possa organizar seu trabalho a partir das prioridades dos usuários, conhecidas a partir dos estudos de caso.