Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Caçador, Beatriz Santana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/19965
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Resumo: |
As mudanças no contexto político e organizacional no mundo do trabalho e no campo da saúde produziram reconfigurações paradigmáticas e novos desafios éticos. Na saúde da família, o enfermeiro constrói seus modos de fazer saúde e seus modos de ser profissional em uma arena conflituosa em que disputam práticas hegemônicas e a possibilidade de criação do novo, da invenção de saberes e fazeres que tenham o cuidado integral como eixo central. Assim, a saúde da família é um território marcado por emblemas éticos que afetam a prática profissional do enfermeiro, fazendo com que vivenciem sofrimento moral. A presente investigação é um estudo qualitativo orientado pelo método cartográfico, realizado na região metropolitana de Belo Horizonte cujo objetivo foi analisar o processo de angústia/sofrimento moral em enfermeiros no contexto da saúde da família, por meio da cartografia de seu processo de subjetivação. Participaram do estudo 14 enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista orientada roteiro semiestruturado. Para organização dos dados, utilizou-se o software Atlas Ti e a análise dos dados foi realizada mediante método filosófico conceitual. Emergiram cinco eixos de reflexão: 1) A reconfiguração do Marco Conceitual de análise do processo de angústia/sofrimento moral à luz do método cartográfico de produção de subjetividade; 2) A paisagem do cenário de investigação, considerando os desenhos organizacionais, os modelos de gestão e as vivências de sofrimento moral dos enfermeiros mediante tais agenciamentos; 3) O sofrimento moral relacionado às práticas de cuidado impostas pela gestão, as quais são consideradas pelos enfermeiros invasivas e dominadoras. 4) Vivências de sofrimento moral relacionadas ao papel de advocacy que o enfermeiro exerce e assume como moralidade interna. 5) A polaridade do processo de subjetivação dos enfermeiros de saúde da família cujas significações transitam entre atos de pertencimento sobre “ser tudo” e “ser nada”. Conclui-se que o processo de angústia/sofrimento moral de enfermeiros da saúde da família e os processos de subjetivação associados são produzidos em meio às tensões e forças que disputam a produção de cuidado. O paradigma biomédico e os modelos de gestão pautados no clientelismo produzem conflitos éticos no cotidiano da saúde da família e participam das modulações subjetivas da sociedade. Os princípios do SUS são compreendidos pelos enfermeiros como valores éticos que provocam sua força de desejo, impulsionando-os a criar linhas de fuga para resistir ao contexto biopolítico. Ao mesmo tempo, perpetuam a lógica instituída de fazer saúde ao moverem-se pela resolutividade da demanda, sem interroga-las, assumindo práticas que fogem ao seu escopo profissional, fragilizando seu reconhecimento e legitimidade social. Vivenciam, neste terreno, angústia/sofrimento moral e sua produção subjetiva transita na polaridade das significações de “ser tudo” e “ser nada”. Em meio aos conflitos éticos inscritos na saúde da família, os enfermeiros constroem sua prática profissional bem como seu modo de ser sujeito, vivenciando processos de sofrimento moral, de reprodução de práticas de cuidado instituídas, de invenção e de fuga e também de construção de novos territórios existenciais. |