Avaliação de uma área em restauração pós-mineração de bauxita, município de Descoberto, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Kelly de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Mestrado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3137
Resumo: Este estudo teve como objetivos, avaliar os indicadores vegetativos, banco de sementes do solo e estrato de regeneração, de uma área em processo de restauração após a mineração de bauxita e avaliar as espécies utilizadas para a restauração da área minerada. A área de estudo possui 4 ha e está em processo de restauração desde o ano de 2011. Para a avaliação das características estruturais dos indivíduos plantados foram alocadas 20 parcelas de 9 x 6 m, com distância de 10 m entre parcelas. Foram mensurados o DNS (diâmetro ao nível do solo), a altura e o diâmetro de copa, além de avaliação da taxa de mortalidade, de todas as árvores plantadas da área amostral. Para a análise do banco de sementes do solo, foram alocadas 40 parcelas de 3 x 3 m, distanciadas 10 m entre si, e no centro de cada parcela foi coletado uma amostra de solo (0,30 x 0,25 x 0,05 m), para avaliação em casa de sombra, durante seis meses, do número de indivíduos e identificação das espécies das plântulas emergidas. Para a análise do estrato de regeneração natural, foram alocadas na área em restauração 40 parcelas permanentes de 3 x 3 m, com intervalos de 10 m entre parcelas. Todos os indivíduos lenhosos arbustivo-arbóreos regenerantes com CAP (circunferência na altura de 1,30 m do solo) inferior a 15 cm foram identificados e mensurados o DNS e a altura. Para a avaliação da influência de um fragmento florestal secundário ao lado da área estudada, na composição florística do banco de sementes e da regeneração da área, foram considerados cinco estratos com diferentes distâncias do fragmento florestal: Estrato 1 zero metros; Estrato 2 - 10 metros; Estrato 3 - 20 metros; Estrato 4 30 metros; e Estrato 5 40 metros de distância. Calculou-se o valor médio e o desvio padrão, para as variáveis densidade de indivíduos, riqueza de espécies, síndrome de dispersão, categoria sucessional e hábito de vida, e foi feita a comparação entre estratos por meio de análise de variância (ANOVA) e teste Tukey, a 5% de significância. Foram registradas na área amostral 540 indivíduos arbóreos vivos, dos 700 plantados (22,86% de mortalidade), pertencentes a 45 espécies e 18 famílias. As espécies com maiores valores de importância (VI) foram Solanum lycocarpum (14,7%) e Schinus terebinthifolius (10,8%). As espécies S. terebinthifolius, S. lycocarpum e Joannesia princeps, contribuíram com 30,36% de cobertura de copa. A altura média das espécies plantadas variou de 0,40 m a 3,90 m. No banco de sementes do solo, foram registrados 394 plântulas emergidas (131 plântulas m-2), pertencentes a 11 famílias e 31 espécies. A família de maior riqueza foi Asteraceae (8 espécies). O banco de sementes apresentou H = 2,41 e J = 0,704. No levantamento do estrato de regeneração natural foram amostrados 66 indivíduos, pertencentes a 20 espécies e 12 famílias, com uma densidade de 1.833 indivíduos ha-1. As famílias de maior riqueza foram Asteraceae (4 espécies), Fabaceae (3) e Solanaceae (3). Verificou-se maior proporção da dispersão por zoocoria (60%) em nível de espécie, e por anemocoria (56%) em nível de indivíduos. Em relação a categoria sucessional, constatou-se maior proporção da categoria das pioneiras, em nível de espécies (60%), e em nível de indivíduos (81,8%). As espécies com maiores VI na regeneração natural foram Trema micrantha, Vernonanthura divaricata, e Baccharis dracunculifolia, com 63,95% do VI total e 57,58% dos indivíduos amostrados. O estrato de regeneração apresentou H = 2,35 e J = 0,786. Em relação ao hábito de vida entre os estratos, houve um predomínio de espécies arbóreas no estrato 1 (0,01 < p < 0,05). Para o número médio de indivíduos, distribuídos nas diferentes categorias sucessionais, houve diferença significativa (0,01 < p < 0,05) entre os estratos, com o estrato 1 apresentando maior número médio de indivíduos pioneiros. Em relação a síndrome de dispersão, na distribuição do número médio de espécies e indivíduos da regeneração natural, ocorreu significativamente (0,01 < p < 0,05) maior proporção da síndrome zoocórica no estrato 1. Houve uma boa diversidade de espécies utilizadas para o plantio de restauração da área minerada, já proporcionando benefícios para a área em restauração, como a cobertura do solo através de suas copas. O banco de sementes do solo da área em restauração apresentou alta densidade de espécies herbáceas, mas com espécies melhores adaptadas para as condições iniciais de restauração, que sofreu degradação por mineração. A baixa densidade de indivíduos e riqueza de espécies no estrato de regeneração natural podem estar relacionados ao pouco tempo de restauração da área, a proximidade de áreas de pastagem, o baixo potencial de chuva de sementes e do banco de sementes.