Mudanças no uso do solo e comportamento hidrológico nas bacias do rio Preto e ribeirão Entre Ribeiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Latuf, Marcelo de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ
Mestrado em Engenharia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3686
Resumo: Discutir e propor soluções para os problemas relativos às bacias hidrográficas, visando à sustentabilidade do uso da água, nos meios urbano e rural, e suas relações com o desenvolvimento sustentável são objetivos que o planejamento e gestão dos recursos hídricos deverão assegurar às futuras gerações. As relações entre o uso do solo e recursos hídricos, entretanto, têm sido marcadas pelo insucesso, com prejuízos significativos para o ambiente, o que tem se transformado em perdas para toda coletividade. Assim, modificações no regime de vazões de uma bacia hidrográfica podem ser causadas por mudanças do uso do solo, pela variabilidade climática, pela construção de barragens ou pelo aumento da irrigação. A troca de uma cobertura por outra altera os componentes do ciclo hidrológico na bacia hidrográfica modificando necessariamente o regime de vazões. Neste contexto inserem-se as bacias hidrográficas do rio Preto e ribeirão Entre Ribeiros, afluentes do rio Paracatu, que drenam uma área de aproximadamente 14.149km2. Tendo em vista o complexo quadro de conflitos pelo uso da água existente nestas bacias, o presente trabalho teve como objetivos: realizar o monitoramento do uso do solo no período de 1985 a 2000; associar o comportamento hidrológico das vazões máximas, mínimas e médias observado nas bacias com as variações ocorridas no uso do solo das mesmas; e obter, por meio de ajuste de regressão linear múltipla, equações para estimativa das vazões máxima, mínima e média para as estações fluviométricas localizadas nestas bacias. Este estudo contou com a análise da série temporal de oito estações fluviométricas e onze estações pluviométricas, no período de 1985 a 2000, a fim de se obter a vazão máxima, média e mínimas (Q7, Q90 e Q95) para cada ano do período selecionado, assim como, a precipitação média para cada área de drenagem de estações fluviométricas. Para o monitoramento do uso do solo nas bacias foram utilizadas 27 imagens do sensor Landsat TM 5, das órbitas/ponto 221/71, 220/71 e 220/72, tendo sido tratadas através do software SPRING 4.2. Os dados foram analisados qualitativamente e quantitativamente. A análise qualitativa procurou avaliar, através de linhas de tendências, o comportamento da vazão, do uso do solo e da precipitação ao longo do período escolhido e a associação entre estas variáveis. Além da própria tendência observada foi obtida a significância das mesmas ao longo do tempo. Subsidiando esta análise foram elaborados diagramas de relações causais que auxiliam na associação entre os comportamentos das variáveis. A análise quantitativa dos dados foi realizada usando o procedimento estatístico de regressão linear múltipla, adotando como variável dependente as vazões e variáveis independentes a precipitação e as classes de uso. Foram ajustadas equações de regressão observando os seguintes parâmetros: coeficiente de determinação (R2) acima de 0,70, significância da equação, hipóteses dos coeficientes, assim como, os sinais dos coeficientes. Os resultados demonstraram que, na maioria dos casos, as áreas de cerrado diminuiram significativamente no período avaliado em virtude do aumento das áreas de cultivo, com uma significância média de 97,15%, sendo que o crescimento das áreas de mata ocorreu sobre áreas de pasto, significativamente a 90,76%. A análise qualitativa da associação entre vazão e variações do uso do solo para a vazão máxima, a precipitação do mês mais chuvoso (Pmc), assim como os usos do solo mata e pasto são mais explicativos. Para as vazões mínimas (Q7, Q90 e Q95), as variáveis que associaram-se às mesmas foram a precipitação média anual (Pa), assim como os usos do solo cerrado e cultivo. Já para a vazão média as variáveis foram a precipitação média anual (Pa) e o uso do solo mata. Quanto à análise quantitativa dos dados, foi observada que para as vazões máximas obtiveram-se ajustes satisfatórios para quatro estações fluviométricas, seis para as vazões mínimas e três para vazões médias das oito estações em análise. Entretanto, não chegou-se a resultados de ajustes satisfatórios para as vazões específicas máximas, média e mínimas. As variáveis que apresentaram maiores significâncias foram precipitação do mês mais chuvoso (Pmc), mata e cultivo para as vazões máximas; precipitação do mês mais seco (Pms), cerrado, cultivo e mata para as vazões mínimas; e precipitação média anual (Pa), mata e cultivo para as vazões médias.