Inseminação artificial em tempo fixo e transferência de embriões na eficiência reprodutiva de fêmeas bovinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Nascimento, Vinicio Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Doutorado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1734
Resumo: Objetivou-se neste trabalho avaliar, em protocolos de sincronização da ovulação, a dinâmica folicular e a eficiência reprodutiva em vacas da raça Nelore com a administração de benzoato de estradiol (BE) associado a suplemento injetável de aminoácidos e polipeptídeos, após o uso de hormônios estimulantes gonadotróficos (eCG e FSH-p) em vacas da raça Nelore e em vacas da raça Girolando e depois da administração de somatotropina bovina recombinante (bST-r) associado ao BE em vacas da raça Girolando, bem como estudar a eficiência de associação de flushing nutricional sobre a resposta superovulatória, número, qualidade e morfologia dos embriões de vacas da raça Nelore. Foram realizados cinco estudos. Nas análises estatísticas, utilizou-se o programa SAS® 9.0 a 5% de probabilidade. No estudo I, pelo experimento I analisou-se a dinâmica folicular, utilizando 32 vacas Nelore em fatorial 2 x 2, com a administração (TSuplemento) ou não (TControle) de suplemento injetável de aminoácidos e polipeptídeos e dois protocolos de sincronização da ovulação: o TBE9, com aplicação de BE no dia 0 e 9, e a IATF realizada 50-56 h após a retirada do dispositivo de progesterona; e o TBE8, similar ao anterior, com a segunda dose de BE no dia 8 e a IATF 48 h após a retirada. No experimento II, verificou-se a eficiência reprodutiva em TControle (n = 48), TSuplemento (n = 52), TBE8 (n = 51) e TBE9 (n = 49). No experimento I, não foi observado (P>0,05) efeito dos protocolos e do suplemento na dinâmica folicular. O diâmetro do folículo pré-ovulatório foi 11,06; 10,36; 11,25; e 10,18 mm, nas vacas do TControle, TSuplemento, TBE8 e TBE9, respectivamente. No experimento II, não houve diferença (P>0,05) na taxa de prenhez na IATF, no repasse por touros e na acumulada, respectivamente, para TControle (56,25; 38,09; e 72,92%), TSuplemento (50,00; 65,38; 80,77%), TBE8 (54,90; 52,17; 78,43%); e TBE9 (51,02; 62,00; 75,51%). A administração de suplemento de aminoácidos e polipeptídeos injetável e o intervalo de administração do BE à IATF não influenciaram a dinâmica folicular, o intervalo até a ovulação e as taxas de prenhez na IATF, no repasse por touros e na acumulada. No estudo II, pelo experimento I avaliou-se a dinâmica folicular, utilizando 30 vacas em três tratamentos: TeCG (n = 10) - no dia 0, inserção de dispositivo intravaginal de progesterona mais 2 mg BE IM; no dia 8, remoção do dispositivo e aplicação 300 UI de eCG IM, 0,15 mg de PGF2α e 1 mg de BE; no dia 10, realizou-se a IATF 48 h após a remoção do dispositivo; TFSH48 (n = 10) - similar ao tratamento anterior, sendo a dose de eCG substituída por 10 mg NIH de FSH-S1 (FSH-p); TFSH42 (n = 10) - similar ao TFSH48, sendo a IATF realizada 42 h após a retirada do dispositivo. No experimento II, verificou-se a eficiência reprodutiva em tratamentos similares aos do experimento I: TeCG = 33 vacas; TFSH48 = 32 vacas; TFSH42 = 32 vacas. No experimento I, não se verificou (P>0,05) diferença na média de folículos por animal (11,93±2,67), no diâmetro do maior folículo (9,63 ± 1,54 mm), no diâmetro do segundo maior folículo (7,20 ± 1,14 mm), na taxa de crescimento do folículo ovulatório (0,07 ± 0,04 mm/h) e na taxa de ovulação (83,33%). No experimento II, a taxa de prenhez das vacas não diferiu (P>0,05) entre os tratamentos (TeCG = 54,54; TFSH48 = 53,12; TSFH42 = 62,50%). Portanto, o uso de eCG ou FSH-p não diferenciou em efeitos sobre a dinâmica folicular e eficiência reprodutiva em programas de IATF. No Estudo III, pelo experimento I notou-se a dinâmica folicular, utilizando 30 vacas: TControle (n = 10) - dia 0, inserção de dispositivo de progesterona + 2 mg de BE; dia 8, remoção do dispositivo + 112 mg de d-cloprostenol + 1 mg de BE; dia 10, IATF realizada 44 h após a retirada do dispositivo; TeCG (n = 10) - similar ao TControle, com administração no dia 8 de 300 UI eCG; TFSH (n = 10) - similar ao TControle, sendo que no dia 8 foram administrados 15 mg de FSH-p. No experimento II, avaliou-se a eficiência reprodutiva das vacas em tratamentos similares: TControle (n = 49), TeCG (n = 50) e TFSH (n = 50). Não foi observado (P>0,05) efeito do tratamento e do dia na dinâmica folicular. O diâmetro do folículo pré-ovulatório foi de 8,97; 7,59; e 9,38 mm nas vacas do TControle, TeCG e TFSH, respectivamente. No experimento II, não houve diferença (P>0,05) na taxa de prenhez por IATF, na reinseminação e acumulada, respectivamente, para TControle (40,82; 56,25; e 59,18%), TeCG (26,00; 68,42; e 52,00%) e TFSH (38,00; 70,59; e 62,00%). Não se verificou efeito sobre a taxa de prenhez pela adição dos hormônios FSH-p e eCG em protocolo de sincronização da ovulação em vacas Girolando, porém a reinseminação artificial no período de 14 a 45 dias pós-IATF aumentou a taxa de prenhez. No estudo IV, pelo experimento I analisou-se a dinâmica folicular, utilizando 40 vacas em fatorial 2 x 2, constituído da administração ou não de bST-r e dois protocolos: o TBE8, com a aplicação de BE nos dias 0 e 8, e a IATF realizada 44 h após a retirada do dispositivo de progesterona; e o TBE9, similar ao anterior, com a segunda dose de BE no dia 9 e a IATF realizada 48 h após a retirada do dispositivo. No experimento II, verificou-se a eficiência reprodutiva das vacas em delineamento e tratamentos similares (TbST, n = 99; TControle, n = 102; TBE8, n = 100; TBE9, n = 101). Calculou-se a taxa de prenhez das vacas submetidas à reinseminação que retornaram ao estro de 14 a 45 dias depois da IATF, bem como a taxa de prenhez acumulada. No experimento I, não foi observado (P>0,05) efeito da administração de bST-r e dos protocolos na dinâmica folicular. O diâmetro do folículo pré-ovulatório foi similar nas vacas do TControle (8,16 mm), TbST (9,51 mm), TBE8 (8,72 mm) e TBE9 (8,95 mm). No experimento II, não houve diferença (P>0,05) na taxa de prenhez na IATF, na reinseminação artificial e na acumulada, respectivamente, para TControle (35,64; 72,22 e 63,37%), TbST (33,33; 64,29 e 60,61%), TBE8 (37,00; 64,29 e 64,00%); e TBE9 (32,0; 62,22; e 60,00%). A administração de bST-r e o intervalo de administração do BE à IATF não influenciaram a dinâmica folicular e o intervalo até a ovulação. As taxas de prenhez na IATF na reinseminação e a acumulada foram satisfatórias. No estudo V, os tratamentos foram: controle (TControle = 17 vacas) e flushing nutricional (TFlushing = 17 vacas). No TFlushing, forneceu-se a suplementação energética (1% do peso corporal) três dias antes a 18 dias depois do início dos protocolos de superovulação. O condicionamento do ciclo estral e superovulação das vacas foi: dia 0 - inserção de dispositivo intravaginal de progesterona mais 2 mg de BE IM; Dia 7 - início do tratamento superovulatório com 140 a 164 mg de FSH-p administrado em doses decrescentes; Dia 9 - administrou-se 150 μg de PGF2α IM no período da manhã e foi retirado o dispositivo de progesterona à tarde; Dia 10 - administrou-se 1 mg de BE de manhã; dia 11 - realizaram-se duas inseminações artificiais após o início do estro com intervalo de 12 h; no dia 18, fez-se a coleta dos embriões. A resposta superovulatória, o número total de estruturas, o número de embriões viáveis e não viáveis e ovócitos não foram afetados pelo incremento nutricional de energia. Coletaram-se cerca de 6,00 ± 1,15 e 3,38 ± 1,19 estruturas totais, 3,50 ± 0,82 e 2,08 ± 0,85 embriões viáveis, 0,79 ± 0,25 e 0,38 ± 0,26 embriões não viáveis e 0,79 ± 0,22 e 0,38 ± 0,23 ovócitos por vaca nos TControle e TFlushing, respectivamente. Houve maior presença de mórulas(38,09%) e de blastocistos iniciais (25,00%). Não ocorreram diferenças quanto à quantidade de células (TControle = 56,35; TFlushing = 62,69) e de células em divisão caracterizadas pela metáfase (TControle = 1,27; TFlushing = 1,73) dos embriões viáveis. O incremento nutricional com energia e proteína por curto período em vacas da raça Nelore não modificou a dinâmica folicular nem a resposta superovulatória, no que se refere ao número e viabilidade das estruturas coletadas.