Diversidade vegetal e dinâmica de alocação de mão de obra na cafeicultura familiar da Zona da Mata de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pereira, Adalgisa de Jesus
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/24676
Resumo: Esta tese está estruturada em três capítulos, todos referentes à propriedades de cafeicultores familiares. O primeiro trata da quantificação da agrobiodiversidade e o uso de espécies presentes em quintais. O segundo é referente à avaliação florística de fragmentos florestais, por meio de índices fitossociológicos e o terceiro trata da identificação da dinâmica de alocação de mão de obra em propriedades cafeeiras familiares e na região norte da Zona da Mata de Minas Gerais. O objetivo desta pesquisa foi quantificar a agrobiodiversidade e diversidade florística, bem como identificar a dinâmica de alocação da mão de obra em propriedades cafeeiras familiares na Zona da Mata de Minas Gerais (ZMMG) e sua contribuição para o manejo da agrobiodiversidade. Para a quantificação da agrobiodiversidade e diversidade florística foram avaliadas 5 das 25 propriedades visitadas. Os dados das espécies constantes nos quintais e seus usos foram obtidos por meio de entrevista semi-estruturada e transecto. Os dados necessários à quantificação fitossociológica da agrobiodiversidade e diversidade arbórea foi realizada em 1 propriedade em cada município (Coimbra, Cajuri, Canaã, São Miguel do Anta e Ervália) das 25 totais. Foram levantados dados de riqueza e diversidade mediante índices fitossociológicos e da confecção de curvas espécie-área dos indivíduos amostrados em parcelas de 20 x 50m em sistema agrícola Quintal-horta (SQ-h) por ser local de uso imediato à residência e sistema (SM), local de reserva legal. Foi aplicada a matriz de mão de obra na intenção de estudar a dinâmica de distribuição desse recurso pelo agricultor nas tarefas ou operações dos sistemas agrícolas café, milho, pecuária e quintal/horta. A agrobiodiversidade do quintal demonstrou alta diversidade de espécies com Índice de Shannon médio de 2,55; baixa dominância de espécies com Índice de Simpson médio de 0,0562 e alta Equabilidade de Pielou, com média de 0,803. Em geral, os quintais apresentam elevada quantidade de indivíduos por espécie. Essas espécies possuem usos associados à alimentação, medicinal e ornamental. O componente animal nessas propriedades foi mencionado pelos agricultores e compõem parte da agrobiodiversidade manejada para fins de alimentação e geração de renda. Constatou-se que em áreas de quintal o número de espécies aumenta a cada novo conjunto de indivíduo amostrado. A curva espécie - individuo aplicada ao quintal/horta, demonstrou suficiência amostral com R2 médio de 0,88 e constatou-se que houve diferença significativa entre os valores de intercepto e inclinação de reta. O sistema mata (Sm) foi avaliado e os fragmentos de mata apresentaram alta diversidade com índice de Shannon médio de 2,726; baixa dominância de espécies com Índice de Simpson médio de 0,057 e média alta da Equabilidade de Pielou em 0,803. A curva espécie – indivíduo dos fragmentos de mata demonstrou suficiência amostral com R2 médio de 0,99. Nessas áreas foi registrada diferença significativa entre as propriedades quanto aos valores de inclinação de reta como indicador de alfa diversidade e intercepto indicando registro de beta diversidade. A curva espécie – indivíduo demonstrou que a cada novo grupo de indivíduos amostrados uma nova espécie é registrada. Foi observada diferença significativa entre os valores de Inclinação de reta (medida de alfa diversidade) e intercepto (medida de beta diversidade). O que significa que as áreas apresentam diferenças de composição florística. O sistema café (Sc) e o sistema agrícola pastagem (Sp) não foram passíveis de avaliação fitossociológica pelo fato de apresentarem uma única espécie cultivada ou número não representativo para detecção de diversidade e riqueza. A dinâmica de alocação de mão de obra pelas propriedades estudadas segue uma rotina ditada principalmente pela cultura econômica mais importante. Os cultivos de milho não competem com o café por mão de obra em qualquer época do ano. A pecuária e o manejo de quintais/hortas exercida nas propriedades revelam que a necessidade mão de obra nessa atividade é constante durante todo o ano, porém com demanda menor de horas em seu manejo. A dinâmica de alocação de mão obra tende a imprimir nos ecossistemas agrícolas incremento de agrobiodiversidade.