O professor e a educação no ambiente prisional: desafios e possibilidades do trabalho docente por detrás das grades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Magalhães, Guilherme
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28868
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.207
Resumo: Esta pesquisa é de natureza qualitativa na perspectiva de Bogdan e Biklen cujo objetivo é identificar e analisar as dificuldades e desafios que interpõem à atuação do professor no ambiente prisional. Foi realizada com seis professores efetivos que atuam nos programas de educação da Escola Estadual Professor Cid Batista do Presídio de Viçosa-MG. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada e a análise dos dados se deu por meio da Análise de Conteúdo de Bardin. Dentre as dificuldades encontradas, citam-se o caráter essencialmente disciplinador, castrador, impositor de regras rígidas e de anulação do sujeito em pleitear possibilidades no ambiente prisional; as adaptações diversas que necessitam ser articuladas do ensino regular para o ensino prisional; a heterogeneidade das turmas, relativa à capacidade cognitiva dos detentos, à acentuada diferença de idade, ao histórico escolar e origem social, entre eles; a evasão escolar prisional por transferência; dificuldade de, no sistema, seguir com precisão regras, programas e o que é estabelecido e imposto pelo Estado para com o ensino regular e a falta de recursos financeiros para custear materiais didáticos e os demais para as aulas e atividades.Concluiu-se que não existe uma educação escolar específica para o contexto prisional, que é preciso respeitar singularidades desse espaço e motivar os detentos a enxergar na educação uma possibilidade de emancipação, ainda que na condição de encarcerados. Ainda que não se exige uma formação especializada ou diferenciada para o professor prisional, em que todos se encontram diante de uma escola pública como as outras, com professores da rede pública de ensino, com estudantes da EJA e com singularidades peculiares dessa modalidade de ensino eque o professor prisional está constantemente exposto tanto a desafios quanto às possibilidades de superá-los, uma vez que considere o potencial de mudança da educação e sua respectiva capacidade de superação e de capacitação dos sujeitos que a ela se oferecem. Além disso, no ensino prisional, os programas curriculares e seus conteúdos são praticamente os mesmos do ensino regular, inclusive porque operam nos mesmos moldes da EJA lá praticado; não há um critério de exigência estabelecido por parte do professor, nem pelo sistema prisional, para a composição das turmas, o que há é uma avaliação dos detentos candidatos ao ensino a partir da última série que alegam ter estudado, do histórico que deles se possa ter acesso, ou até mesmo através de uma avaliação escrita à qual são submetidos. Por fim, os professores prisionais não se limitam ao cumprimento de suas funções, mas se excedem na interação com aqueles alunos e no envolvimento com aquele universo de necessidades diversas. Palavras-chave: Professor Prisional. Ambiente Prisional e Ensino. Educação nas Prisões. Dificuldades e Possibilidades Docentes no Sistema Prisional.