Ecos da colônia: análise do sujeito-mulher em Indiana de George Sand

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Daiane Basílio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11702
Resumo: Em meio aos grandes acontecimentos do século XIX, George Sand, escritora francesa, ativista social e uma das precursoras do feminismo na literatura mundial, publica seu primeiro romance, Indiana, no qual elabora uma trama sentimental, cujo pilar é a crítica à sociedade patriarcal, mais precisamente à forma com que a mulher era tratada no matrimônio. Obra e autora destacam-se pelo fato de romper com os paradigmas de uma sociedade cujo espaço de escrita pertencia em demasia aos homens, por se prestar ao discurso sociológico e antecipar temáticas relevantes a exemplo do pós-colonial. Além de abordar temas que eram tabus para a época, como o adultério, torna visível a condição da mulher no âmbito público e privado, denunciando as opressões e rompendo com paradigmas da ideologia dominante que a marginalizava. Motivos que justificam que a escritora assine suas obras por meio de pseudônimo masculino. Indiana é uma das primeiras obras literárias a registrar a escrita de autoria feminina e o discurso em defesa da emancipação da mulher e da igualdade de gênero. A protagonista, Indiana, é uma jovem que foi criada junto de seu pai na Ilha de Bourbon, colônia francesa, em cuja infância predominava o autoritarismo paterno; vítima de um casamento forçado, Indiana encontra-se mais uma vez em um contexto no qual suas liberdades são suprimidas e sua autonomia subjugada às demandas de seu marido. Vê-se, dessa forma, uma posição de sujeito martirizado pelo homem, representante da tirania social. A sociedade e a civilização são, igualmente, as causas da infelicidade da protagonista que estava limitada ao ambiente doméstico e à falta de liberdade, a qual não aceitava piamente as demandas do patriarcado. Através da vida da jovem Indiana, constataremos como o extrato social acaba por sujeitar os indivíduos àquilo que lhe era de interesse, a exemplo das mulheres. Visto que a autora ocupa-se em discutir questões de ordem social, pode-se afirmar que o contexto político e histórico, na obra referido, tende a incidir diretamente sobre o comportamento e caráter de cada personagem, ao passo que se torna um dos objetos de crítica dentro da obra. Mediante a análise de Indiana, observaremos como se constrói o discurso de denúncia à situação da mulher na sociedade francesa de 1830, bem como a defesa pela emancipação feminina.