Nutrient requirements and quantitative aspects of growth, development and digestion of pregnant and non-pregnant Nellore cows
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Doutorado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1870 |
Resumo: | Vários desafios ocorrem no status fisiológico normal da vaca para suportar a formação de um novo indivíduo da espécie. Dados sobre exigências nutricionais e aspectos quantitativos do crescimento, desenvolvimento e digestão de vacas Bos indicus são limitados. Objetivando preencher pelo menos uma parte da lacuna existente, foi conduzido um experimento de abate comparativo com vacas gestantes e não gestantes. Os resultados são aqui apresentados em quatro capítulos. No primeiro capítulo, quarenta e nove vacas Nelore (32 gestantes e 17 não gestantes) com peso médio inicial de 451 ± 10 kg foram usadas num experimento para avaliar o crescimento e desenvolvimento de tecidos maternos e fetais durante a gestação em vacas zebuínas. As vacas foram divididas em dois grupos de acordo com o nível alimentar, que foi ALTO (ad libitum) ou BAIXO (alimentação restrita a 1,2 vezes a mantença, segundo o NRC). As 32 vacas gestantes foram separadas em 4 grupos com 8 vacas em cada e abatidas aos 136, 189, 239 e 269 dias de gestação para coletas de tecidos e análises. Vacas do alto nível alimentar tiveram maior ganho de peso (P<0,01), peso final (P<0,01) e escore de condição corporal (P<0,01). No início da gestação, as vacas dos dois grupos alimentares tiveram similar acréscimo de gordura no peso de corpo vazio isento de componentes relativos à gestação (PCVZnp). Entretanto, com o aumento da gestação, as taxas diárias de ganho de gordura foram maiores nas vacas de alto nível alimentar do que nas do nível baixo. O ganho de peso obtido por vacas do nível alimentar baixo foi praticamente apenas gordura, enquanto que vacas do alto nível alimentar acumularam também outros tipos de tecidos. Vacas do baixo nível alimentar tiveram menor proporção de órgãos e víscera (139 vs 159 g/kg de PCVZnp, P<0.01). A interação entre o nível alimentar e o tempo de gestação (P=0,03) mostrou que o útero grávido foi maior nas vacas do nível alimentar alto no final da gestação, embora não fossem observadas diferenças significativas na composição química e conteúdo de energia do útero grávido em função do nível alimentar (P>0,10). Vacas do nível alimentar alto aumentaram o peso do úbere após 239 dias de gestação (P<0,10) enquanto que vacas do nível alimentar baixo não apresentaram aumento significativo. Vacas do menor nível alimentar tiveram proporcionalmente menores pesos de fígado, gordura visceral e mesentério (P<0,01) e maior coração (P<0,10) do que vacas do nível alimentar alto. Os pesos proporcionais do rúmen-retículo e dos estômagos foram afetados (P<0,05) pela gestação e foram menores aos 269 dias de gestação do que no início da gestação. Vacas do nível alimentar alto tiveram fetos mais pesados aos 269 dias de gestação do que vacas do nível alimentar baixo. Os fetos das vacas do maior nível alimentar tiveram maiores carcaças (P=0,03), mas não diferiram dos fetos das vacas do menor nível alimentar no peso de órgãos e vísceras (P=0,27). O peso da placenta foi maior em vacas do maior nível alimentar (P<0,01) e a relação entre peso da placenta e do feto foi diferente entre os níveis alimentares (P<0,01). Os pesos do útero grávido e fetos, como também seus conteúdos de energia e nitrogênio, foram menores neste estudo do que em estudos prévios realizados com gado Bos taurus. No segundo capítulo, dados das mesmas vacas utilizadas no primeiro capítulo foram utilizados para desenvolver um grupo de equações e relações para ajuste de peso corporal em vacas gestantes e não gestantes, ampliando as opções para a pesquisa na área de gado de corte. A cada 28 dias as vacas foram pesadas pela manhã (7h, imediatamente antes da alimentação) para obter o peso vivo (PV), e repesadas ao mesmo horário no dia seguinte após 16 horas de jejum de sólidos para obter-se o peso vivo em jejum (PVJ). As vacas gestantes foram separadas em 4 grupos de 8 vacas cada e abatidas aos 136, 189, 239 e 269 dias de gestação para obter o peso de corpo vazio (PCVZ) e o peso dos componentes relacionados à gestação. Para estabelecer-se as relações entre PC, PCJ e PCVZ de vacas gestantes e não gestantes em função do tempo de gestação, um grupo de equações gerais foi avaliado, baseado em suposições teóricas que foram apresentadas com suas explanações. Sugeriu-se o conceito de componente gestação (PREG), que representa o útero grávido menos o peso do útero numa condição não gestante mais o acréscimo de úbere que ocorreu devido à gestação. A partir disso, o PREG foi subtraído dos valores de PVJ e PCVZ das vacas gestantes para estimar-se os PVJ e PCVZ não gestantes (PVJnp e PCVZnp) e para calcular-se o ganho de peso relativo apenas aos tecidos maternos (rGPVJ e rGPCVZ). A equação gerada para predizer PVJ a partir do PV foi 0,8084 × BW1,0303. A equação gerada para predizer o peso do útero grávido em função dos dias de gestação (DG) foi 0.2106 × e((0.03119 0.00004117 × DG) × DG) . Não foi observado acréscimo no peso do úbere até 238 dias de gestação e após isso o acréscimo foi exponencialmente correlacionado com DG. A aplicação das equações e relações geradas pode ser útil como uma ferramenta prática para separar a porção do ganho diário e peso vivo é referente à tecidos maternos e a porção relativa à gestação. O objetivo do estudo apresentado no terceiro capítulo foi avaliar os efeitos da gestação e do nível alimentar sobre o consumo, a digestibilidade e a eficiência de produção microbiana em vacas Nelore. Quarenta e quatro vacas Nelore adultas, multíparas (32 gestantes e 12 não gestantes) com peso médio inicial de 451 ± 10 kg foram alimentadas a um nível alto (ad libitum) ou baixo (alimentação restrita a 1,2 vezes a mantença, de acordo com o NRC) da mesma dieta. A dieta consistiu de silagem de milho (85%), milho grão moído, farelo de soja, uréia e mistura mineral. O consumo foi controlado diariamente e o consumo diário de matéria seca (CMS) foi avaliado semanalmente. A digestibilidade aparente in vivo foi estimada usando-se FDNi como marcador interno da digesta. A produção de N microbiano foi avaliada pela técnica dos derivados de purina na urina. O consumo voluntário reduziu com o aumento da gestação e pode ser descrito como CMS (kg/d) = (16 0,0093 × dias de gestação) / 1000 × PCVZ ou CMS (kg/d) = (16,4 0,0093 × dias de gestação) / 1000 × PCVZnp. O CMS médio das vacas do baixo nível alimentar correspondeu a 102, 98 e 67% da quantidade de consumo necessário para atender as exigências de energia sugeridos pelo NRC para uma vaca aos 0, 135 e 270 dias de gestação, respectivamente. Vacas do baixo nível alimentar tiveram ganho médio diário de 0,26 kg, indicando que as exigências de energia estimadas pelo NRC são superestimadas para vacas zebuínas. A interação entre o nível alimentar e o tempo de gestação foi significativa (P<0,05) par as digestibilidades da matéria seca, matéria orgânica, nitrogênio, extrato etéreo, fibra em detergente neutro e energia bruta, e também para os valores de NDT. Em todos os casos, houve redução da digestibilidade em função do aumento da gestação nas vacas alimentadas ad libitum, enquanto que nas vacas que sofreram restrição alimentar as digestibilidades de matéria orgânica, nitrogênio, extrato etéreo e fibra em detergente neutro aumentaram em função do tempo de gestação. A redução da digestibilidade da fibra em detergente neutro em função do tempo de gestação ocorreu mais rapidamente do que da digestibilidade da matéria seca. Os dados desse estudo sugerem que a redução na digestibilidade ocorrida em função do tempo de gestação nas vacas alimentadas ad libitum tenha sido causada pelo aumento da taxa de passagem, como fator compensatório para a redução do volume ruminal. Não foram observados efeitos da gestação sobre a produção de N microbiano em vacas Nelore. No quarto capítulo 49 vacas Nelore adultas (32 gestantes e 17 não gestantes) com peso médio inicial de 451 ± 10 kg foram usadas num experimento de abate comparativo objetivando descrever equações e relações para predizer as exigências líquidas e metabolizáveis de energia e proteína para vacas zebuínas adultas, gestantes e não gestantes. O consumo de alimento foi mensurado individualmente, sendo as vacas alimentadas com alto (ad libitum) ou baixo nível alimentar (1,2 vezes a mantença, segundo o NRC). As 32 vacas gestantes foram separadas em 4 grupos com 8 vacas cada (4 de cada nível alimentar) e abatidas aos 136 ± 1, 189 ± 1, 239 ± 1 e 269 ± 1 dias de gestação. As vacas não gestantes foram abatidas em diferentes tempos de experimento (85 a 216 dias de controle experimental) objetivando mantê-las em experimento por tempo semelhante às vacas gestantes. A energia e N digestível, bem como as perdas de energia na forma de metano e urina foram diretamente mensuradas para estabelecer as relações entre energia bruta, energia digestível e energia metabolizável. Os conteúdos de energia e N foram diretamente analisados no corpo vazio e no componente gestação das vacas. Um conjunto de equações e relações baseadas no método fatorial foi utilizado para estimar as exigências nutricionais de energia e proteína. Os requerimentos líquidos de energia e proteína para gestação (ELp e PLp) estimados nesse estudo foram em média 3⁄4 dos do NRC. Quando estimados por um modelo logístico, os requerimentos para gestação aumentaram até aproximadamente 250 dias de gestação, e então reduziram. Entretanto, quando estimados por modelos alométricos simples, os requerimentos para gestação atingiram o máximo somente próximo ao parto. Não foram observadas diferenças na dinâmica de energia e proteína (P=0,388 e 0,137, respectivamente) no corpo vazio da vaca livre do componente gestação, sugerindo que a gestação não afeta as exigências nutricionais para acumulo de reservas corporais em vacas adultas. As eficiências parciais de uso da energia metabolizável para mantença, ganho de peso e gestação (km, kg e kc) foram, respectivamente, 70, 53 e 12%. As eficiências parciais de uso da proteína metabolizável para mantença, ganho de peso e gestação (zm, zg e zc) foram respectivamente 22, 22 e 5%, indicando que em vacas adultas grande parte da proteína metabolizável não é recuperada na forma de tecidos. A eficiência de transformação da energia digestível em energia metabolizável foi 0,80. |