Condicionamento osmótico de sementes de aspargo (Asparagus officinalis L.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Bittencourt, Mário Lúcio Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10245
Resumo: O tempo decorrido da semeadura até o estabelecimento da plântula de aspargo é relativamente longo, podendo levar de quatro a seis semanas, dependendo da temperatura e umidade do solo, justificando o uso de técnicas que acelerem a germinação, como o condicionamento osmótico ("priming") das sementes. O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Pesquisa de Sementes, do Departamento de Fitotecnia, da Universidade Federal de Viçosa, no período de janeiro a dezembro de 2000, tendo como objetivos: determinar as curvas de embebição para sementes de aspargo em água destilada, PEG 6000 e água do mar; estudar as interações entre potencial osmótico, agente condicionador e período de condicionamento adequados ao condicionamento osmótico dessas sementes; e avaliar os efeitos do condicionamento osmótico em lotes de sementes com diferentes níveis de vigor. Foram utilizadas sementes de aspargo 'Mary Washington', provenientes de quatro lotes. Inicialmente, determinaram-se as curvas de embebição das sementes de cada lote, em água destilada, em PEG 6000 a –1,0 e –1,2 MPa e em água do mar a –3,3 MPa, todas em incubadora BOD a 250C. Para o condicionamento em PEG 6000 e em água do mar, utilizaram-se períodos de embebição de 2, 4, 6, 8, 10, 12, 24, 48, 72, 96, 120, 144, 168, 336, 504 e 672 horas. Períodos de embebição de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 24, 48, 72, 96, 120, 144 e 168 horas foram utilizados para o condicionamento em água destilada. Após cada período, o grau de umidade atingido pelas sementes foi determinado em estufa a 1300C por uma hora. Foram, então, estabelecidos os seguintes tratamentos de condicionamento osmótico: PEG 6000 a –1,0 MPa por 7 e 14 dias, PEG 6000 a –1,2 MPa por 7 e 14 dias, água do mar a –3,3 MPa por 7 e 14 dias e água destilada por 3 dias. Sementes não condicionadas e embebidas em água destilada foram utilizadas como testemunhas. Imediatamente após o condicionamento, o efeito dos tratamentos na qualidade fisiológica das sementes foi avaliado pelos seguintes testes: germinação e 1a contagem da germinação, deterioração controlada, pesos da matéria verde e seca das plântulas, germinação sob estresse hídrico (PEG 6000 a –0,4 MPa), germinação a baixa temperatura (150C), germinação a alta temperatura (350C), comprimentos da radícula, do epicótilo e da plântula e velocidade de emergência das plântulas em areia. O experimento foi instalado no delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições e oito tratamentos para cada lote. Os dados foram submetidos à análise combinada de variância envolvendo todos os lotes, sendo as médias comparadas pelo teste Duncan, ao nível de 5% de probabilidade. Os resultados permitiram concluir que: as curvas de embebição obtidas em PEG 6000 a –1,2 MPa e em água do mar a –3,3 MPa indicaram que, até 672 horas (28 dias) de embebição, não houve protrusão da radícula. Já para as sementes condicionadas em PEG 6000 a –1,0 MPa, a protrusão da radícula ocorreu a partir das 504 horas (21 dias) de embebição. Houve protrusão da radícula a partir das 120 horas (5o dia) de embebição em água destilada; o condicionamento em PEG a –1,0 MPa por 336 horas (14 dias), de modo geral, foi o tratamento mais adequado; sementes de aspargo condicionadas apresentaram maior porcentagem de germinação e maior vigor em relação às sementes não condicionadas; o condicionamento osmótico mostrou-se benéfico tanto para o lote de baixa quanto o de alta qualidade fisiológica, embora o efeito tenha sido mais expressivo para o lote de menor vigor; o condicionamento osmótico apresentou efeito benéfico no vigor das sementes, tanto no lote de baixa quanto no de alta qualidade fisiológica, sob condições de estresse térmico e hídrico.