Coproduto do crambe na alimentação de bovinos
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Doutorado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1849 |
Resumo: | Foram conduzidos três experimentos para avaliar o efeito de níveis crescentes de farelo e torta de crambe na dieta de bovinos de corte em confinamento. No primeiro experimento foram utilizados oito bezerros nelores desmamados, fistulados no rúmen, com peso corporal médio inicial de 177±5,1 kg, mantidos em baias individuais e com acesso irrestrito a água e a mistura mineral, para avaliação do consumo e da digestibilidade dos nutrientes. Os animais foram distribuídos em dois quadrados latinos 4 × 4, sendo testada a torta de crambe no quadrado latino 1 e o farelo de crambe no quadrado latino 2, incluídos nas proporções de 0, 5, 10 e 15% na base da matéria seca, em dietas contendo 73% de feno de tifton 85 e 27% de concentrado à base de fubá de milho, farelo de soja e torta ou farelo de crambe. O experimento foi constituído de quatro períodos experimentais, com 18 dias cada, sendo os cinco primeiros dias destinados à adaptação dos animais ao tratamento e do 6o ao 10o dia para coleta de amostras. O consumo de matéria seca, de matéria orgânica, de proteína bruta, de fibra detergente neutro e de carboidratos não fibrosos não diferiu entre os diferentes níveis de inclusão de torta ou farelo de crambe, mas houve redução da digestibilidade, com aumento do farelo de crambe na maioria das vezes. No segundo experimento, foram utilizados cinco novilhos nelores com peso inicial médio de 335±12 kg mantidos em baias individuais com comedouro e com acesso irrestrito a água, para determinação do consumo e da digestibilidade, e 40 novilhos com peso corporal médio de 345±14 kg para avaliação do desempenho. Neste estudo, a dieta inicial foi composta com 55% de concentrado até o 7o dia, 65% até o 14o dia, 75% até o 21o dia e 82% após o 21o dia. O concentrado fornecido nas dietas de adaptação continha em sua composição 10% de torta de crambe, de forma a adaptar os animais a este ingrediente. A dieta definitiva foi constituída 82% de concentrado e 18,2% de silagem de sorgo na base da matéria seca e os níveis de inclusão da torta de crambe foram 0 (controle), 5, 10, 15 e 20%. Os ingredientes do concentrado foram sorgo moído, casca de soja, caroço de algodão, resíduo da colheita de soja, torta de crambe e núcleo mineral proteico. Houve efeito linear decrescente de nível de inclusão de torta de crambe sobre o peso corporal e crescente sobre o consumo de extrato etéreo e houve efeito cúbico sobre o consumo de fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína (CFDNcp), onde o maior valor foi observado da dieta-controle e o menor na dieta contendo 20% de torta de crambe. Os consumos de MS, PB, ureia, PB de ureia e CNFcp, bem como as digestibilidades e ganho de peso não foram afetados pelos tratamentos. No terceiro experimento, foram utilizados os mesmos animais do experimento 1, sendo que do 11o ao 18o dia dos períodos experimentais realizou-se procedimento para avaliação da cinética de trânsito gastrintestinal de partículas fibrosas, que se baseou no fornecimento de indicador externo, em procedimento de dose única. Para cada animal foram fornecidos 100 g de fibra mordente, via fístula ruminal, às 8 horas, do 11o dia, sendo as amostras fecais obtidas diretamente do reto dos animais, em 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 30, 36, 42, 48, 60, 72, 84, 96 e 120 horas após o fornecimento do indicador, para análises da matéria seca e do cromo. Os perfis de concentração dos indicadores foram analisados cineticamente utilizando o modelo descrito na literatura, como GNG1, considerando a ordem de dependência do tempo. As dietas contendo torta de crambe apresentaram menor tempo de retenção no rúmen-retículo e, por consequência, menor tempo total de retenção no TGI em relação às mesmas dietas com farelo de crambe. As dietas contendo 10% de torta ou farelo de crambe apresentaram menor tempo de retenção no rúmen-retículo e no TGI em relação aos demais níveis de inclusão (0, 5 e 15%). Concluiu-se que o farelo e a torta de crambe podem ser utilizados em até 15% de inclusão na matéria seca de dietas de bovinos em crescimento sem efeito negativo sobre o consumo e a digestibilidade de nutrientes, embora tenha havido tendência à redução de consumo no experimento com até 20% de inclusão de torta de crambe nas dietas de bovinos em confinamento, mas que foi compensada pela maior digestibilidade dos nutrientes e da boa eficiência alimentar quando comparada ao tratamento-controle. |