Cimentos belíticos fabricados com resíduos industriais e suas perspectivas de aplicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fassoni, Délio Porto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21896
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi a produção do cimento belítico a partir da lama de granito, gerada no beneficiamento de rochas ornamentais, e do grits, gerado na indústria da celulose, bem como a produção do cimento Romano (uma variante do cimento belítico) a partir de resíduos da indústria de rochas de granito e mármore.O cimento belítico possui como composto ativo a belita, ou silicato dicálcico, e pode ser produzido pela calcinação de misturas ricas em sílica e cálcio. Ainda não utilizados no Brasil, podem vir a ser uma alternativa de baixo impacto ambiental, pois são produzidos a uma temperatura inferior à do cimento Portland e sua fabricação, a partir de resíduos industriais, contribuirá para reduzir o acúmulo de resíduos em áreas de lançamento e a demanda por jazidas naturais de matéria-prima. Os resíduos foram combinados em duas relações molares de cálcio e silício, e as misturas foram calcinadas em temperaturas de 830 o C a 950 o C em um forno elétrico. Foram obtidos o Cimento Belítico CB-1 e o Cimento Belítico CB-2, e o Cimento Romano CR-1, Cimento Romano CR-2 e Cimento Romano CR-3. As lamas de granito e mármore e o grits foram submetidas previamente à análise de fluorescência de raio X (FRX) para verificação de sua composição química e à análise termogravimétrica (TG-DTA) para identificação da perda de massa desses resíduos em altas temperaturas. Por meio da análise de Difratometria de Raio X (DRX) constatou-se a presença da belita nos cimentos produzidos e a presença dos silicatos de cálcio hidratados nas pastas endurecidas. Determinaram-se a massa específica, a área específica, o tempo de pega, a expansibilidade, o teor de CaO total e a resistência à compressão em diferentes idades. Os resultados alcançados indicaram que o cimento belítico e o cimento Romano podem ser fabricados nas temperaturas utilizadas. Constatou-se que a relação molar Ca/Si, a temperatura e a condições de exaustão do CO 2 do forno influenciam as características dos cimentos. A partir disso, foram sugeridos ajustes no processo produtivo empregado a fim de aumentar a eficiência da formação da belita. A pesquisa também procurou identificar a possível utilização do cimento Romano, empregado largamente em restauração de edificações na Europa, em argamassas de restauro de edificações históricas no Brasil. Utilizaram-se uma cal hidratada em pó comercial e dois tipos de cimento Romano previamente fabricados em laboratório a partir de lamas de rocha para o preparo de argamassas que foram submetidas a ensaios para obtenção da resistência à compressão, módulo de elasticidade e resistência de aderência à tração. Para servir de referência, foi utilizada uma argamassa mista no traço 1:2:9, submetida aos mesmos ensaios. A partir dos resultados, foram descritas as possíveis vantagens e limitações do emprego das argamassas de cimento Romano em obras de restauro de edificações históricas.