Necromassa, dinâmica e prognose do estoque de carbono em uma Floresta Estacional Semidecidual no município de Viçosa, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Villanova, Paulo Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11558
Resumo: A Mata Atlântica possui uma das mais ricas biodiversidades do mundo, abrigando uma grande variedade de espécies animais e vegetais. Além disso, este bioma também fornece um amplo conjunto de serviços ecossistêmicos. Entretanto, em virtude da sua fragmentação, tanto a sua biodiversidade quanto os serviços ecossistêmicos foram afetados drasticamente. Diante deste cenário, estudos científicos voltados para a dinâmica de crescimento e prognose da estrutura diamétrica ao longo do tempo são de extrema importância para conservação das múltiplas funções ambientais destes remanescentes florestais, principalmente a de estocar carbono. Ademais, por meio do conhecimento sobre a produção da necromassa se torna possível inferir a respeito da saúde da floresta e da contribuição deste compartimento na assimilação de carbono da atmosfera. Desta forma, objetivou-se com este estudo determinar o estoque de carbono pela necromassa, avaliar a dinâmica de crescimento em carbono das espécies e prognosticar a distribuição diamétrica e o estoque de carbono de uma Floresta Estacional Semidecidual Montana, com 44,11 ha. A dissertação foi dividida em 3 artigos. No primeiro artigo, foi avaliado o estoque de carbono pela necromassa presente na área de estudo. Para isso, foram inventariadas vinte parcelas (10x50 m), em 2015, em que mensurou-se toda a necromassa. Em termos de estoque de carbono, foi encontrado uma estimativa de 3,5 ± 0,1 MgC.ha -1 para os resíduos lenhosos caídos no solo (CWD – Coarse Woody Debris), 2,1 ± 0,2 MgC.ha -1 para as árvores mortas em pé (snags) e 3,0 ± 1,2 MgC.ha -1 para a serapilheira. Desta forma, A necromassa de uma Floresta Estacional Semidecidual pode estocar 8,6 ± 0,7 MgC.ha -1 de carbono e não deve ser negligenciada em estudos sobre estoque deste elemento. No segundo artigo, foi avaliada a dinâmica de crescimento em carbono do fragmento florestal. Neste caso, foram mensurados e identificados botanicamente todos os indivíduos com dap ≥ 5 cm nos anos de 2010 e 2015. No período de monitoramento, o estoque de carbono se elevou de 52,56 ± 1,17 MgC.ha -1 para 62,57 ± 1,15 MgC.ha -1 . O crescimento bruto em carbono (incluindo a mortalidade e o ingresso) foi de 12,72 MgC.ha -1 . Já o incremento periódico anual foi de 2,00 MgC.ha -1 .ano -1 . A partir destes resultados, conclui-se que as árvores do fragmento florestal apresentam crescimento positivo do estoque de carbono em virtude do avanço sucessional, ratificando a importância das florestas secundárias de Mata Atlântica na mitigação de gases de efeito estufa e que as espécies que mais contribuem para o estoque de carbono do fragmento florestal são a Piptadenia gonoacantha, Anadenanthera peregrina, Myrcia fallax, Matayba elaeagnoides e Sparattosperma leucanthum. No terceiro artigo, objetivou-se prognosticar a distribuição diamétrica e o estoque de carbono do fragmento. Com base nos dados observados nos anos de 2010 e 2015, projetou-se a distribuição diamétrica do fragmento florestal e das espécies pioneiras e não pioneiras para o ano de 2015 e 2020, utilizando a cadeia de Markov. Além disso, foi quantificado o volume, biomassa e estoque de carbono a partir das frequências estimadas. Ao se comparar a distribuição diamétrica observada e estimada em 2015 (est.: 1686 fustes.ha -1 ; obs.: 1692 fustes.ha - ), ficou comprovada a aderência da cadeia de Markov para realizar a prognose da floresta (X 2 Calc = 0,013 < X 2 Tab = 4,575). Diante desta comprovação, projetou-se a distribuição diamétrica do fragmento para o ano de 2020 o qual ancançou o número de 1799 fustes.ha -1 . Para as espécies pioneiras o número de fustes por hectare estimados e observados, para 2015, foi de 474 e 476, respectivamente (X 2 Calc = 0,072 < X 2 Tab = 4,575). Já para as não pioneiras o número estimado foi de 1199 fustes.ha -1 e o observado de 1203 fustes.ha -1 (X 2 Calc = 0,170 < X 2 Tab = 4,575). Ao se projetar a distribuição diamétrica para 2020, foi obtido um número de 473 fustes.ha -1 para as pioneiras e 1339 fustes.ha -1 para as não pioneiras. Em termos de estoque de carbono, foi observado um aumento de 43,80 MgC.ha -1 , em 2015, para 48,72 MgC.ha -1 , em 2020, considerando todo o fragmento florestal. Este aumento também foi vericado para os grupos ecológicos neste mesmo período, sendo que o estoque de carbono das espécies pioneiras passou de 13,80 MgC.ha -1 para 15,11 MgC.ha -1 e das não pioneiras de 29,22 MgC.ha -1 para 33,00 MgC.ha -1 . Assim, conclui-se que a distribuição diamétrica continuará sendo de “J-invertido” e que a floresta irá continuar atuando como sumidouro de carbono da atmosfera nos próximos anos, sendo que a maior contribuição será das espécies não pioneiras.