Comprometimento no trabalho: um estudo da percepção dos gestores do planejamento estratégico do Incaper
Ano de defesa: | 2012 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Administração Pública Mestrado em Administração UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1963 |
Resumo: | Apesar de uma longa tradição de estudos sobre o tema Comprometimento no Trabalho, este apresenta uma série de lacunas e controvérsias, destacando-se o desalinhamento conceitual entre o que está disponível como conhecimento teórico e a prática cotidiana dos gestores. Este estudo, focado no contexto da administração pública, pretendeu compreender a percepção dos gestores do planejamento estratégico do Incaper (PEI) acerca do construto comprometimento no trabalho. Externamente, a administração pública é percebida, de forma estereotipada, como composta de trabalhadores descomprometidos ou comprometidos apenas com a sua própria carreira. Neste sentido, é relevante compreender como o conceito comprometimento no trabalho é percebido pelos próprios gestores que atuam nestas organizações. A percepção dos gestores participantes foi pesquisada tomando-se como base os elementos esquemáticos que compõem o sentido do comprometimento no trabalho, ou seja, a natureza, as dimensões/indicadores, o caráter, o foco, os antecedentes e os consequentes. Também foi pesquisada a percepção dos gestores sobre como o conceito se manifesta no cotidiano da instituição.O conceito de comprometimento adotado nesta pesquisa é o proposto por Menezes (2009). Nele estão contemplados os elementos atitudinais (afetos e identificação) e os elementos comportamentais como, por exemplo, a proatividade, a participação, o empenho extra e a defesa da organização.Na presente pesquisa, de natureza qualitativa e interpretativa, os dados foram coletados por meio da observação participante, da entrevista semi-estruturada e da análise documental e foram analisados conforme os procedimentos de análise de conteúdo proposto por Bardin (2010). Foram encontradas evidências que permitem caracterizar o construto como um fenômeno composto conjuntamente pela natureza atitudinal e comportamental, com caráter ativo e, eventualmente, passivo. Os dados também mostraram que os gestores consideram o conceito como direcionado a múltiplos e coexistentes focos tais como à atividade, à carreira, ao grupo, à organização, ao público alvo e a valores pessoais. Quanto aos antecedentes, as evidências indicam que os gestores consideram o vínculo associado a elementos presentes em três níveis: a) no nível do indivíduo, por exemplo, a seu conjunto de valores sobre o trabalho, b) no nível organizacional, exemplificado pela sua percepção de justiça organizacional e suporte organizacional/social e, c) no nível do trabalho, por exemplo, na sua relação com o líder. No que se refere aos consequentes, as evidências indicam que a) os gestores consideram que os indivíduos são afetados pessoal e profissionalmente, nem sempre de forma positiva, b) que o grupo de trabalho apresentará maior estabilidade e coesão, c) que a organização se beneficiará com um melhor desempenho do indivíduo, alcançando melhores resultados organizacionais e, d) que o público alvo da Instituição, será beneficiado com maior desenvolvimento, geração de emprego e renda e qualidade de vida. Quanto à percepção dos gestores sobre a manifestação do construto no cotidiano do Incaper, os participantes compreendem que o comprometimento da equipe é um ponto forte, havendo, no entanto, um consenso quanto a não generalização dessa análise e também sobre a necessidade de ações para um maior fortalecimento do vínculo. Segundo os gestores, o vínculo no Instituto é influenciado positivamente por questões relacionadas à imagem e natureza da organização e, negativamente, por questões relacionadas, por exemplo, à experiência do trabalho e a algumas características organizacionais, como a fragilidade dos sistemas de controle e formalização. Os gestores reconhecem a existência de fatores desfavoráveis ao vínculo, de práticas potencializadoras que são negligenciadas e que suas decisões cotidianas relacionadas à gestão da equipe são influenciadas pela percepção quanto ao comprometimento dos indivíduos. O estudo contribui com as discussões existentes no campo, tanto no que se refere ao alinhamento das pesquisas teóricas com as expectativas dos gestores no cotidiano das organizações, quanto ao potencial de contribuição da abordagem qualitativa para o avanço do conhecimento. Finalmente, o estudo chama a atenção para a necessidade de que sejam discutidas as práticas organizacionais, tanto que no se refere aquelas que são potencializadoras do vínculo e que são negligenciadas, quanto aquelas relacionadas à gestão do comprometimento e que desconsideram os resultados negativos para o indivíduo e para a própria organização. |