Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Marissol Maximiano de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/28238
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Resumo: |
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença considerada como um crescente problema de saúde de ordem mundial, pois pode afetar todas as idades e sexos. A DM se caracteriza pela presença de hiperglicemia crônica acometida por disfunção na secreção e/ou ação do hormônio insulina. O controle inadequado da glicemia pode favorecer o surgimento de complicações e entre elas, temos a neuropatia diabética periférica (NDP) como uma das mais incapacitantes e mais comuns. A NDP está associada a perda progressiva dos neurônios menos calibrosos das extremidades, ocasionando principalmente a perda de sensibilidade dos pés. Afeta negativamente a cinestesia, proporcionando alterações posturais e sensoriais que consequentemente podem contribuir para o surgimento de alterações no equilíbrio estático e no padrão de marcha dos portadores. O objetivo desse estudo consiste em analisar os efeitos da neuropatia periférica no equilíbrio estático e no padrão cinemático 3D da marcha de diabéticos. Para realizar a avaliação do equilíbrio estático, a amostra foi composta por 42 participantes de ambos os sexos, com faixa etária de 40 a 75 anos, divididos igualitariamente em três grupos: Grupo diabético com neuropatia periférica (GNP, n=14), Grupo diabético sem neuropatia (GPD, n=14) e Grupo controle não diabético (GPC, n=14). Para realizar a análise do padrão cinemático 3D da marcha, a amostra foi composta por 60 voluntários de ambos os sexos (30 homens e 30 mulheres), com faixa etária de 40 a 75 anos, divididos igualitariamente em três grupos: GNP, n=20, GPD, n=20 e GPC, n=20. O diagnóstico de NDP foi confirmado através da eletroneuromiografia e foram considerados portadores de DM1 e DM2. Para avaliação do equilíbrio estático, foi utilizada a plataforma de força (AMTI) com uma frequência de 1.000 Hz. Os voluntários foram avaliados através de uma tarefa consistente em duas tentativas de 30 segundos com os dois pés e olhos abertos e foi calculado o centro de pressão - COP, que permite a detecção de diferenças sutis no processo de controle postural. Para a análise do padrão cinemático 3D da marcha foram utilizados vinte e oito marcadores retro-reflexivos posicionados em pontos anatômicos específicos do membro inferior e pelve. A aquisição dos dados foi realizada através de 17 câmeras (OptiTrack Prime 17W) com frequência de aquisição de 240Hz posicionadas em torno dos participantes. Cada participante realizou 6 caminhadas com 10 metros de comprimento e velocidade auto-selecionada. A partir das coordenadas tridimensionais foram calculados (Visual 3D, © 2016 C-Motion Inc.) os segmentos pelve, coxa, perna e pé, o que possibilitou a análise da articulação do quadril (3 graus de liberdade), joelho (1 grau de liberdade), tornozelo (3 graus de liberdade) e variáveis espaço temporais. Em relação a avaliação do equilíbrio (postura estática), maiores oscilações do COP foram encontradas pelo GNP em ambos os eixos (anteroposterior e latero lateral) em relação ao GPD/GPC, mostrando que essa população possui um maior distúrbio do equilíbrio em relação aos outros grupos. Em relação as variáveis espaço temporais da marcha, podemos observar que a maioria dos parâmetros analisados com exceção do tempo de duplo apoio e comprimento de passo esquerdo (evidenciados pela neuropatia) são afetados pelo diabetes antes do diagnóstico clínico da neuropatia. Em relação a amplitude de movimento, portadores de diabetes com neuropatia apresentaram uma menor amplitude de movimento do joelho direito e quadril (esquerdo e direito) nos graus de flexão/extensão em relação ao grupo controle durante a marcha, evidenciando o efeito da neuropatia. Na análise de movimentos específicos, como o momento da perda de contato da ponta do pé com o solo durante a marcha, podemos observar o efeito da diabetes através de alterações biomecânicas nas articulações do tornozelo direito e quadril (esquerdo e direito), visto que o grupo apresentou uma menor flexão plantar de tornozelo direito e maior flexão de quadril (esquerdo e direito) em relação ao GPC. Somente quando se trata do tornozelo esquerdo que esse efeito é evidenciado pela neuropatia, com menores valores de flexão plantar em relação ao GPC. Através dos resultados encontrados no presente estudo, podemos observar que portadores de NDP apresentaram maiores distúrbios em seu equilíbrio estático, através de uma maior oscilação do centro de pressão nos eixos antero posterior e latero lateral e já na análise referente ao padrão de movimento da marcha, podemos observar que o diabetes mesmo sem o diagnóstico clínico de neuropatia já é capaz de proporcionar alterações. Essas informações são importantes, pois podem auxiliar educadores físicos na prescrição de atividade física que possam contribuir para a melhora dos distúrbios do equilíbrio e marcha dos portadores de diabetes com e sem neuropatia e assim, minimizar o risco de queda. Palavras-chave: Diabetes mellitus. Neuropatia periférica. Equilíbrio estático. Marcha. |