Processo de ozonização dos grãos de trigo: cinética de reação e efeito na qualidade destes e da farinha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Tales Afonso da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ
Mestrado em Engenharia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3599
Resumo: A necessidade de encontrar alternativas que sejam eficazes no controle de insetos-praga e micro-organismos estimula o desenvolvimento de pesquisas visando à obtenção de novos métodos e técnicas que possibilitem a manutenção da qualidade dos produtos. Uma das alternativas é a utilização do gás ozônio (O3), por ser um forte agente oxidante e antimicrobiano, que pode ser gerado no local por meio de uma descarga elétrica, descartando a necessidade de manipulação, armazenamento ou eliminação de embalagens. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar a cinética de reação do gás ozônio na massa de grãos de trigo; avaliar o efeito da ozonização nas características físicas, fisiológicas e microbiológicas dos grãos de trigo e físico-químicas e reológicas da farinha de trigo obtida dos grãos ozonizados. Para o processo de ozonização dos grãos de trigo, foram utilizados recipientes cilíndricos de cloreto de polivinil (PVC) com 20 cm de diâmetro e 50 cm de altura e capacidade de 10 kg. O gás ozônio foi injetado no cilindro, por intermédio de uma conexão na tampa superior, com um fluxo de 2,0 L min-1. Grãos de trigo (7,5 kg) foram ozonizados nas concentrações de 0,54; 1,07; 1,61 e 2,14 mg L-1. Para cada concentração, foi estudada a cinética de reação do gás na massa de grãos, por meio da determinação do tempo de saturação e taxa de decomposição. Com os resultados obtidos de tempo de saturação, foram estabelecidos períodos de ozonização com a finalidade de avaliar o efeito residual do gás na qualidade física, fisiológica e na desinfecção microbiológica dos grãos e físico-química e reológica da farinha de trigo obtida dos grãos ozonizados. Para comparação dos resultados, grãos de trigo foram submetidos ao tratamento controle com o ar atmosférico nas mesmas condições do tratamento com gás ozônio. Os resultados de saturação da massa de grãos foram submetidos à análise de regressão Linear Response Plateau (L.R.P.). Os dados de decomposição do gás na massa de grãos foram ajustados aos modelos de ordem zero, de primeira e de segunda ordem, por meio da análise de regressão. Os resultados da qualidade física e fisiológica dos grãos e físico-química e reológica da farinha de trigo foram submetidos ao Delineamento Inteiramente Casualizado (D.I.C.), com dois tratamentos para cada período de exposição e três repetições. A partir dos valores obtidos, foi realizada análise de variância de regressão. Os períodos de 100, 90, 75 e 36 h de ozonização nas concentrações de 0,54; 1,07; 1,61 e 2,14 mg L-1, respectivamente, foram suficientes para saturar a massa de grãos de trigo. Verificou-se que o modelo que melhor se ajustou aos dados de decomposição foi o de primeira ordem. O tratamento com o gás ozônio nas concentrações de 0,54; 1,07; 1,61 e 2,14 mg L-1 nos respectivos períodos de exposição não afetou a qualidade dos grãos, com exceção da condutividade elétrica e da germinação. Nenhum dos parâmetros farinográficos e extensográficos analisados foram influenciados pelo processo de ozonização. Os resultados referentes às análises microbiológicas para a caracterização dos grãos de trigo se situaram dentro do padrão de identidade e qualidade estabelecido pela Resolução RDC nº 12. No geral, conclui-se que o aumento da concentração de ozônio reduziu o tempo de saturação da massa de grãos de trigo; que a taxa de decomposição do gás aumentou com o aumento da concentração de ozônio; e que o processo de ozonização dos grãos de trigo não afetou a qualidade dos grãos e da farinha de trigo obtida deles.